O cinismo da direita e da extrema-direita sempre foi um dos artifícios mais utilizados na política burguesa. Contando com o apoio dos meios de comunicação golpistas e amparados pelo poder judiciário que, – ao fim e ao cabo –, demonstra seu caráter fascista e perseguidor, a direita e sua camarilha gozam de proteção e, portanto, se sentem à vontade para dar qualquer desculpa; afinal, o judiciário vem lhes servindo como um instrumento indispensável no decurso do golpe de Estado.
Desta vez, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Fabrício Queiroz, em depoimento ao Ministério Público do Estado, assumiu-se como “gerente” dos valores recebidos pelos demais servidores do gabinete. Todavia, o encarregado da família Bolsonaro negou que tenha se apropriado desses valores e que, segundo ele, eram usados posteriormente para ampliar a rede de “colaboradores” do esquema eleitoral do parlamentar fluminense.
Ele explicou que usava dos parcos recursos que a máfia dos Bolsonaros, os “novos” políticos, assim como todas as demais da ALER tinha à sua disposição para aumentar o número de cabos eleitorais, já que ninguém trabalha para a direita de graça.
É importante destacarmos o fato de Queiroz, mesmo após intensa polêmica e provas claras de ilicitude, só veio a se apresentar agora; tendo, portanto, negado por quatro vezes prestar depoimento. Todavia, o MP já afirmara que poderia concluir as investigações sem sequer ouvi-lo, pois, deveras, no que compete o esclarecimento das falcatruas da direita, nada podemos esperar do “instrumento judiciário”, já que os golpistas gozam de benevolência.
Mesmo com o nome copiosamente citado no Controle de Atividades Financeiras (Coaf), apontando movimentações financeiras – no mínimo escandalosas e, portanto, suspeitas, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro ainda se encontra em pleno gozo da “boa vida” que o esquema fraudulento dos Bolsnaros lhe confere . Somente entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em conta bancária. Isso soma-se ao fato de o Coaf ter identificado que outros servidores do gabinete de Flávio Bolsonaro repassarem parte de seus salários a Queiroz; justamente em datas próximas ao pagamento na Alerj.
Em decorrência de todas essas evidencias, o que mais escancara o proselitismo do judiciário, é o fato do MP-RJ afirmar que “suspeita” de que o ex-assessor recolhia o dinheiro para si próprio ou entregava à Flávio Bolsonaro. Os “bondosos” Bolsanaros, na versão fantasiosa da justiça e do assessor, deixaram todo o dinheiro ser movimentado pelo motorista sem sem que nada soubesses. Se fosse o “malfeitor” do Lula ou outro dirigente da esquerda, por certo, saberia de tudo.
A situação não deixa dúvida alguma (se é que ainda poderia restar): a justiça serve aos golpistas!
Na medida em que os golpistas tomam o Estado, sentem-se tão à vontade que sequer se esforçam para disfarçar as trapalhadas. Hoje, qualquer desculpa vale como pretexto para se livrarem de condenações; diferente do que acontece com Lula e toda a esquerda, visto que, qualquer falácia serve como pretexto para trancafiarem os opositores do regime golpista.