Em artigo intitulado “2º turno ficou para agosto: Ainda é possível derrotar a reforma, mas é preciso acabar com o corpo mole das direções”, publicado no seu sítio, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) acusa as “cúpulas das principais centrais e dos partidos que se dizem de oposição e vinculados a organizações dos trabalhadores, como PT, PCdoB, PDT, PSB e mesmo PSOL” de terem, todas elas, “contribuído” para a aprovação da reforma da Previdência, no “Congresso Nacional” (sic, o correto seria “na Câmara dos Deputados”), em primeiro turno.
Segundo a “receita” do PSTU, “os partidos de oposição” (incluindo o PSB e o PDT) e “as cúpulas das principais centrais” (incluindo a FS, UGT etc.), deveriam “apostar tudo na construção da mobilização, da Greve Geral, da luta na rua e a campanha na base para explicar a verdade sobre essa reforma e ajudar a organizar a reação”. Uma fórmula que, com certeza, nem mesmo os seus formuladores acreditam que seriam possível.
Depois dessa fórmula possível, apoiada desde sempre pelo PSTU, os autores da “crítica” passam a considerações óbvias, genéricas e sem qualquer sentido prático como as de que eles “não se opõem verdadeiramente ao sistema. Não querem uma verdadeira transformação” etc.
O PSTU que defendeu o golpe de Estado, que defendeu e defende a prisão de Lula (propostas comuns com a direita, os pelegos e o imperialismo), se lança ao final da nota a pregar uma saída para a derrota afirmando que “é possível virar”. Sem, no entanto, apontar uma única medida concreta para isso. De novo frases pseudo esquerdistas como a de que “a única forma de impedirmos um ataque dessas proporções é através da luta, da greve e da mobilização” ou a genérica defesa da “ação direta da classe trabalhadora, da juventude e do povo pobre””. Mera demagogia que não aponta nenhuma alternativa real para os trabalhadores, frente ao predomínio entre a esquerda da política de conciliação e capitulação diante do regime golpista.
Mas para ter luta é preciso que as direções das grandes centrais sindicais deixem de corpo mole e as negociações por cima, e organizem para valer a mobilização. Neste ano tivemos grandes manifestações contra os cortes na Educação, e um dia de greves e paralisações em 14 de junho. Os trabalhadores e o povo, se informados sobre os ataques que virão, têm disposição de luta. Mas é preciso organizar, convocar e colocar todas as forças para isso.
E quando encenam algo perto da realidade, defendem a manutenção da política atual, por exemplo, ao defenderem que a CUT e a CTB se juntem à “Força Sindical, etc.” (ou seja, com os maiores traidores e sabotadores das mobilizações para ir “rumo a uma nova, e mais forte, Greve Geral”. Quem sabe para repetir a última greve quando a CUT e outros setores de luta paralisaram, realizaram grandes manifestações, enquanto “Paulinho da Força” e outras “etc”como a UGT tramavam a sabotagem da greve e o voto dos seus partidos a favor da “reforma”. O Solidariedade, presidido pelo “aliado” do PSTU/Conlutas, Paulinho da Força, deus 13 dos seus 14 votos a favor do roubo das aposentadorias, sendo claro que só ele votou contra para continuar sendo defendido como aliado pelo PSTU e outros setores reacionários do movimento sindical.
O PST, chama a “virar o jogo” (mais um chavão), mas não propõe outra política, defende “mais luta” com a mesma política.
O PSTU acusa as outras direções mas lança mão de uma campanha cínica, pois quem ajudou a eleger este congresso foram eles, os que apoiaram o golpe, como o PSTU, os pelegos, os “socialistas” e “trabalhistas” de araque do PSB e PDT. Em determinado sentido, são culpados inclusive pela eleição de Bolsonaro, pois defendem a prisão de Lula que levou permitiu a fraude, que fortaleceu a criminosa operação lava jato (que eles apoiaram) e todo o regime que, agora, busca impor a “reforma” da Previdência.
Para superar essa perspectiva de derrotas, e preciso superar toda essa politica ilusória.
Concretamente, adotar outra política, a luta pela derrubada do governo ilegítimo de Bolsonaro e de todos os golpistas; exigir a anulação da lava jato e a libertação de Lula e de todos os presos políticos, como passo decisivo para impedir a “reforma” da Previdência, cancelar as demais “reformas” golpistas, barrar as privatizações etc.
O caminho para essas conquistas é a mobilização independente dos trabalhadores, não em “unidade” mas contra os golpistas, dos traidores e sabotadores infiltrados no movimento sindical, ocupando as ruas, a começar pela ocupação de Brasília, em agosto, para barrar na marra a aprovação do roubo da Previdência.