Desde as eleições passadas, a imprensa golpista ainda tenta convencer a população de que Bolsonaro tem um amplo apoio popular. Sua “vitória” sobre o PT necessitou não apenas da prisão de Lula, mas também de uma união não desejada da direita em torno dele, o único golpista que tinha uma base na população – ainda que pequena -, e através da encenação na imprensa fazer parecê-lo um candidato popular.
A extrema-direita, quando a esquerda está na encolha, faz barulho e estufa o peito. Junto ao apoio da burguesia, esse barulho parece mil decibéis maior do que realmente é. Mas mesmo com esse apoio, é o silêncio da esquerda que faz essa voz parecer tão imponente. Basta uma reação da população trabalhadora brasileira para que o grito dos fascistas se torne um mero sussurro.
Devemos entender que nas eleições, todos os partido com exceção do PT estavam empurrando o voto para Bolsonaro. A união vinha com a justificativa que não dava mais para suportar a “corrupção” do PT. Mesmos os partidos de esquerda que fizeram uma frente eleitoral com Haddad contribuíram para essa campanha. Vale lembrar que o PSOL e o PSTU se posicionaram a favor da lava-jato e repercutiram o discurso da direita de que “o Brasil não aguenta mais a corrupção do PT” antes do impeachment da Dilma. De certa forma, o próprio PT leva uma parcela de culpa em ter abdicado da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Toda essa suposta popularidade de Bolsonaro não deve ser levada a sério. Mesmo com toda a campanha em seu favor ele só acarretou entre um terço e um quarto dos votos da população Brasileira. O que nem sequer significa ter o apoio dessa parcela da população, já que na hora das eleições a população se sente pressionada a escolher um candidato.
O carnaval foi bem importante para traçar um panorama real do política Brasileira. Blocos em defesa de Lula ocuparam as ruas de todas as capitais brasileiras, e em praticamente todos os blocos que desfilaram no carnaval pode-se ouvir palavras contra o Bolsonaro. No contraponto, nenhum folião ousou puxar uma palavra de apoio ao presidente. Não houveram Blocos e nem ao menos marchinhas para defender Bolsonaro. Os recentes atos de estudantes e professores também comprovam a impopularidade de Bolsonaro.
Não podemos cair na ladainha da imprensa golpista, a base social de Bolsonaro está encolhendo radicalmente. Se no início do ano ele tinha alguma coisa parecida com uma base militante, hoje ela está drasticamente reduzida e escondida por causa da política catastrófica que promove Bolsonaro.