O governador de São Paulo, João Doria e o prefeito da capital, Bruno Covas, ambos do PSDB, vão aumentar os valores das passagens do ônibus, metrô e trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O novo ataque contra a população foi anunciado na sexta-feira (20) como presente de natal para os usuários do transporte coletivo. O aumento será de 10 centavos, com a tarifa passando de R$ 4,30 para R$ 4,40, a partir de 1º de janeiro.
Na mídia golpista, a medida é apresentada como razoável, já que o aumento estaria abaixo da inflação. No entanto, esquecem de explicar que a inflação neste ano alcançou os maiores valores desde 2015. Além disso, tarifa do transporte coletivo já sofreu aumento no início de 2019, passando de R$ 4,00 para R$ 4,30.
Quem depende do transporte público sabe que qualquer aumento pesa muito no bolso. Mais ainda se levar em conta a situação de crise econômica em que a população é a mais castigada, com alta na inflação, aumento do custo de vida, recordes de desemprego e informalidade e ataques aos salários e todos os direitos do povo.
Por outro lado, sabe-se que o aumento da passagem não vem acompanhado da melhora da qualidade dos ônibus ou do serviço de transporte. Quem depende de ônibus, metrô e trem enfrenta, diariamente, a superlotação para ir e voltar para casa. O sucateamento da frota também prejudica os motoristas. Em SP, houve paralisações das atividades do transporte no início de setembro contra a redução da frota e pela manutenção dos postos de emprego.
A medida do Governo do Estado e da Prefeitura de SP, longe de ser uma surpresa, é mais um golpe promovido pela direita contra o povo, o que já é frequente por parte dos governos tucanos. Vale lembrar que em 2013, a decisão do governador Geraldo Alckmin de aumentar a tarifa do transporte público em 20 centavos gerou grandes manifestações contra o governo em SP, que foram duramente reprimidas pela Polícia Militar, gerando ainda mais revolta na população.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) protocolou uma carta na Prefeitura na sexta-feira solicitando que o prefeito não reajuste a tarifa de ônibus. O Idec argumenta que a Prefeitura pode segurar esse aumento reajustando o valor de subsídio para o sistema e que um aumento no ônibus tem um grande impacto para a cidade. O instituto também argumenta que a Prefeitura não gerencia o sistema de transporte da cidade maneira eficiente.
No entanto, nenhuma solução virá pelas instituições golpistas. Contra os ataques da direita, é preciso mobilizar a juventude trabalhadora para que se manifestem nas ruas por um transporte público de qualidade, pelo passe livre e contra o aumento das passagens: fora Dória, Covas, Bolsonaro e todos os golpistas.