A juventude sempre teve um papel fundamental nas lutas políticas, sendo um dos primeiros setores a se revoltar. No Brasil, foi vanguarda na luta contra a ditadura, o que impulsionou as grandes mobilizações operárias que, finalmente, derrubaram os militares do governo.
Vivemos hoje mais uma época de enfrentamento com a burguesia, que toma cada vez mais medidas austeras contra a população. Este fenômeno se dá mundialmente, mas, no último período, temos o visto mais latente na América Latina, com reações populares ao neoliberalismo no Equador, Haiti, Honduras e no Chile. Todas estas revoltas não se dão isoladamente, mas são sintomáticas de uma crise generalizada cujos governos alinhados ao imperialismo na América Latina têm causado, cuja única saída favorável ao povo é a revolta e derrubada dos serviçais do imperialismo.
O Brasil não escapa destes sintomas: com a crise no País e os ataques cada vez mais agressivos do governo Bolsonaro, além da prisão de Lula e a própria mobilização que tem se dado pela liberdade do ex-presidente e contra o golpe, tudo indica que o maior País da América Latina será o próximo a explodir.
Historicamente, a juventude é o setor que toma a frente das mobilizações, sendo o setor mais revoltado e mobilizado. Este ímpeto não se dá num vazio: a juventude é o setor que mais morre nas mãos da PM, principalmente a negra, tendo este número aumentado em 18% no ano passado; o peso da crise econômica e do desemprego cai também, em sua maioria, sobre a juventude; ademais, os ataques à educação pública, superior e regular, terminam de deixar o jovem brasileiro sem escolha que não seja a luta contra esta situação.
No Chile, temos visto uma juventude que se radicaliza cada vez mais contra o neoliberalismo e tem sido um dos principais responsáveis por, literalmente, incendiar o País em retaliação ao governo de Sebastián Piñera. A juventude brasileira deve tomar isto como um modelo, visto que a situação dos dois países e dos dois setores não se difere.
Por isso, a mobilização nas universidades, escolas, bairros etc. é fundamental para a luta contra o governo Bolsonaro e a investida neoliberal sobre a população. Já passou da hora da juventude incendiar, às vezes literalmente, o País contra os ataques do imperialismo às condições de vida da população.