Fabio Schvartsman, presidente da Vale, e três outros diretores da empresa se afastam dos cargos após força-tarefa que investiga tragédia de Brumadinho recomendar saída temporária do executivo e de outros 13 empregados da mineradora. O conselho de administração da companhia aprovou a medida.
O rompimento da barragem de Brumadinho (MG) matou mais de 300 pessoas; oficialmente, 186 mortos e 122 desaparecidos. A destruição ambiental foi enorme, com impactos nos ecossistemas e perdas de espécies animais e vegetais. A empresa Vale é a responsável por este episódio, caracterizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) como um crime contra a população. Em 2015, ocorreu o rompimento da barragem de Mariana, com um saldo de destruições e mortes. A empresa Samarco, administrada pela Vale, era quem administrava a barragem. Nos dois casos, a Vale é responsável direta. As famílias dos mortos e desaparecidos lutam, até hoje, por uma reparação e pela reconstrução de suas vidas.
Os dois episódios trágicos são resultados direitos da privatização da Vale. O governo FHC vendeu a empresa por 1% de seu valor para o capital estrangeiro, no que ficou conhecido como um dos maiores escândalos de pilhagem do patrimônio e das riquezas nacionais da história do país. O objetivo da empresa, controlada pelo capital estrangeiro, é tão somente os lucros extraordinários da exploração dos minérios, sem qualquer tipo de preocupação com o meio ambiente e com os trabalhadores e trabalhadoras.
O afastamento de diretores e executivos da empresa é uma medida demagógica, para tentar conter a crescente revolta popular contra a empresa, responsável pelo crime que vai continuar causando mortes e destruição por um bom tempo. A responsabilização de pessoas individuais é um ato que serve somente para ocultar que as mortes e a destruição ambiental são consequências da política da empresa. Não foi tal ou qual executivo ou engenheiro que negligenciou a situação das barragens; e sim a Vale em seu conjunto e os grandes capitalistas que a controlam.
É necessário que o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e as organizações populares se mobilizem para lutar pela reestatização da Vale, sob controle dos trabalhadores, além da punição dos executivos responsáveis (incluindo os governos coniventes) e pela indenização de todos os atingidos.
Toda a classe trabalhadora, precisa levantar a reivindicação de cancelamento do leilão fraudulento da Vale, da sua expropriação. A exploração das riquezas naturais e minerais deve estar a serviço das necessidades do povo brasileiro e não da ânsia por lucro dos capitalistas internacionais.