Uma matéria do sítio da CUT traz uma notícia da maior importância: hoje, neste dia 7 de setembro, já são mais de 157 cidades confirmadas para sediar o “Grito dos Excluídos”, uma tradicional mobilização da esquerda brasileira. No link disponibilizado na linha anterior, podemos ver um mapa dos locais onde ocorrerão os atos.
É um número que mostra que as mobilizações deste dia tendem a ser grandes, não só numericamente, mas em termos de importância política. Entretanto, temos que levar em consideração que, mesmo sendo atos expressivos, os números na realidade mostram que é uma mobilização muito aquém da capacidade das organizações da classe operária brasileira.
Tendo em vista que somente a CUT agrupa quase 4 mil sindicatos e que além da CUT, a esquerda brasileira tem também outras organizações gigantescas, como o MST e o próprio PT, chegamos rapidamente à conclusão de que ainda é possível avançar muito em termos organizativos. Afinal, embora esses mais de 157 atos acabem desempenhando um papel decisivo na atual luta política brasileira, trata-se de um número que é compatível com as atividades organizadas pelo nosso próprio Partido, o PCO. Não podemos acreditar que o PCO, centenas de vezes menor do que estas organizações, seja capaz de realizar tantas atividades quanto a CUT, o MST ou o PT. Certamente que a limitação dos atos representa a luta política entre as alas direita e esquerda no interior destas organizações.
Um caso que ilustra particularmente bem essa situação é o de Feira de Santana, segunda maior cidade do Estado da Bahia. Lá não haverá o “Grito dos Excluídos”, sob o pretexto de que haverá um encontro dos governadores de “esquerda” para debater a atual conjuntura. Vemos que a ala direita das organizações de esquerda contribuem para a paralisia do movimento popular. É curioso, por que ouvimos com frequência na esquerda a ideia de que o povo não se mobiliza, não vai para às ruas, como se fosse responsabilidade do “povo”, abstratamente. Desse modo, os maiores responsáveis por toda essa inércia, quer dizer, os dirigentes do movimento operário e popular, acabam absolvidos.
É preciso fazer deste “Grito dos Excluídos” um grito nacional pelo “Fora Bolsonaro” e pela “liberdade de Lula”, e romper de ver com essa concepção de que o povo não quer se mobilizar. O povo está preparado para a luta, aguardando a convocação das suas lideranças, assim como praticamente todos os acontecimentos políticos têm demonstrado.