Nesta quinta-feira (29/08), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que pretende organizar uma reunião específica para discutir a questão das queimadas e o desmatamento na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, no EUA nos dias 20 a 23 de setembro.
A declaração do secretário-geral da ONU vem de encontro com o pedido do Instituto Anjos da Liberdade, formado por advogados brasileiros, um pedido ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para que o presidente da República, Jair Bolsonaro, seja investigado pelo promotor-geral da entidade por ser o principal responsável pelas recentes queimadas na Floresta Amazônica.
Já existe na ONU um debate sobre os crimes cometidos contra o meio-ambiente e seria designado de ecocídio. Ecocídio seria uma modalidade de crime ecológico que provocaria o extermínio de espécies de um ecossistema ou a sobre-exploração de recursos não renováveis, como petróleo ou mineração.
A discussão das questões da Amazônia na assembleia da ONU e o pedido para o Tribunal Penal Internacional é mais um ataque a soberania brasileira. Os maiores crimes ambientais são cometidos por empresas imperialistas e nunca foram sequer cogitados serem punidos ou tiveram seu território com possibilidade de intervenção.
Os testes nucleares realizados pela França no Atol de Biquini, o desastre de Brumadinho e da mineradora Samarco, por mineradoras com capital de países imperialistas, explosão da plataforma Deepwater Horizon no Golfo do México, nos Estados Unidos, que derramou milhões de litros de petróleo e ainda está derramando pela BP (British Petroleum), nunca foram sequer discutidos na ONU e tiveram um impacto muito maior que as queimadas na Amazônia.
É mais um pretexto dos países imperialistas para intervir na Amazônia sob o discurso ambiental. Os países imperialistas continuam impulsionando a campanha pela internacionalização da Amazônia brasileira e discutindo entre si a melhor justificativa para fazer isso.
Os brasileiros devem repudiar amplamente qualquer discussão sobre atuação estrangeira na Amazônia. A Amazônia é território brasileiro e os brasileiros que devem tomar as decisões sobre a região Norte, que corresponde a quase metade do país.