O desmoronamento do golpe de Estado iniciado na derrubada da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, caminha em ritmo acelerado. Não bastasse a profunda contradição interna do governo de Jair Bolsonaro (PSL) e a demonstração clara de que os golpistas tinham como missão: o aniquilamento dos direitos da classe trabalhadora e a entrega de toda economia nacional ao estrangeiro; após as revelações publicadas pelo sitio do jornal The intercept, a bola da vez é o artífice do golpe, Sérgio Moro – mais conhecido como “Mussolini de Maringá”, o principal responsável pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Diante da comprovação da fraude – conhecida como Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal (STF) fará o julgamento sobre o habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Lula, no próximo dia 25. Os militares, contudo, tem exercido grande pressão para que os direitos democráticos de Lula não sejam respeitados mais uma vez e o mesmo permaneça na cadeia; tudo isso após as denúncias comprovando o trabalho sujo de Moro, que atuou em um conluio descarado com o Ministério Público, sendo ao mesmo tempo juiz e chefe da acusação contra o ex-presidente.
De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, “O STF (Supremo Tribunal Federal) pode adiar o julgamento sobre a suspeição do ministro Sergio Moro nos processos da Lava Jato, marcado para a terça-feira (25)”, diz ela. “A pressão é grande no sentido de postergar a análise do caso. Mas a decisão só deve ser tomada no dia, e por todos os cinco ministros da 2ª turma”.
Nesse sentido, no dia 25, serão realizados atos nacionais em defesa da liberdade do ex-presidente Lula. Em Brasília, o ato está marcado para às 16h na Praça dos Três Poderes. Após a denúncia do caráter político da Lava Jato, é dever dos movimentos sociais, da CUT, MST, UNE, partidos de esquerda tomar as ruas nesse dia, mesmo que o STF decida de última hora adiar o julgamento.
A paralisação geral do dia 14 demonstrou a adesão aos protestos contra o governo de caráter fascista de Bolsonaro. Os atos iniciados no dia 15 de maio só estão ganhando corpo e aumentando a animosidade do povo contra o governo. Dezenas de milhões de trabalhadores pelo país pararam suas atividades. Após os vazamentos do sítio The intercept, abriu-se, portanto, uma grande oportunidade para promover uma ampla mobilização contra o governo golpista de conjunto e pela imediata libertação do ex-presidente Lula.