Este Diário nunca deu crédito às pesquisas patrocinadas, realizadas e divulgadas por instituições e empresas capitalistas – geralmente da venal imprensa burguesa – diretamente vinculadas ao golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, apoiou a criminosa operação lava jato e sua perseguição politica contra Lula, sua condenação e prisão ilegal e a fraude que elegeu o presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro.
Por outro lado, a maioria da esquerda pequeno burguesa e burguesa, sempre acompanhou as “análises” da direita, baseadas em tais pesquisas que, enquanto puderam, procuravam apresentar sempre que os setores golpistas, em particular o bolsonarismo, eram praticamente imbatíveis, que Bolsonaro – supostamente – teria conquistado o apoio da maioria da população brasileira etc.
Tais “dados”, nunca corresponderam à realidade. Pelo contrário, eram uma clara falsificação e uma “análise” que visava reforçar a aparente força do governo e manter essa esquerda na defensiva diante do regime golpista e de usa ofensiva diante das massas. Isso porque o então candidato Bolsonaro, mesmo contando com o apoio da justiça golpista que afastou Lula do processo eleitoral, da imprensa golpista, de praticamente todos os partidos do grande capital etc, teve nas eleições o apoio de cerca de um terço do eleitorado, com dois terços se opondo à sua eleição, seja votando no candidato reserva da esquerda, se abstendo de votar ou ainda votando nulo ou branco.
Com bases em tais conclusões, essa esquerda procurou sempre afirmar – de forma covarde – que não era possível levar adiante uma luta de massas contra o governo Bolsonaro, pela sua derrubada. Chegou a ponto de validar a eleição fraudulenta e até mesmo a deseja “sucesso” ou “sorte” para o presidente fascista, totalmente servil aos interesses do grande capital norte-americano contra o povo brasileiro.
Em apenas oito meses de governo Bolsonaro, a situação evoluiu em direção claramente no sentido de uma perda do apoio minoritário que Bolsonaro possuía.
Entre as massas não demorou muito para que se manifestasse a rejeição majoritária ao governo. Já no carnaval (quando o governo recém começava), milhões gritaram nas ruas e clubes, “hei, Bolsonaro, vtnc!”.
Na medida em que o governo agia e atacava os trabalhadores, vieram as manifestações de rua, lideradas pelo ativismo de esquerda. Nelas cresceu e dominou a tendência de luta contra Bolsonaro, expresso – cada vez mais – na palavra-de-ordem de “fora Bolsonaro”.
A maioria das direções da esquerda procurou conter – sem êxito – essa tendência, tentando limitar a luta contra o governo à luta por reivindicações parciais como a luta contra os cortes na Educação ou contra o roubo da Previdência (que uma parte dessa esquerda apoiou e apóia).
Agora, em meio ao avanço da crise capitalista, que acentua a divisão no interior das frações da burguesia, e quando um setor da burguesia intensifica a discussão sobre a continuidade ou não do governo Bolsonaro (totalmente impotente diante da crise), a imprensa capitalista e seus institutos, ampliam a divulgação de pesquisas que mostram o aumento da rejeição ao governo, apresentando dados que mostram que os que consideram o mesmo como ruim ou péssimo chegando a 40%, enquanto ai a menos de 15% os que consideram o governo como ótimo ou bom.
Na mais recente pesquisa, do Datafolha, destaca-se que o “núcleo duro de entusiastas de Bolsonaro, isto é, que votou nele no último pleito, classifica sua gestão como ótima ou boa e diz confiar muito nas suas declarações, corresponde a 12% da população brasileira“.
É evidente que tais pesquisas, como todas as realizadas pelos golpistas, são manipuladas pela burguesia para não mostrar a crise total, de fato, do governo fraudulento. Da mesma forma que as “pesquisas” feitas antes do golpe, procuravam apresentar que o governo Dilma, por exemplo, não tinha praticamente nenhum apoio, para facilitar a tarefa de sua derrubada, por meio do impeachment fraudulento, comprado etc.
Uma situação que deixa evidente a perda de apoio do governo entre setores importantes da própria burguesia, entre os setores desesperados da classe média que nele votaram para impedir a vitória do PT e a imensa rejeição popular ao governo, principalmente entre as massas que sofrem na pele as consequências de sua politica, por meio do aumento do desemprego, da fome, dos cortes da Educação, Saúde, Moradia etc. etc.
É correto supor que mais de 80% da população não apoiam o governo e que menos de 10% o apoiam de forma fanática.Uma minoria que mostra claramente que o governo pode ser derrotado e derrubado por meio da mobilização popular.