A luta entre o bloco dos partidos do chamado “centrão”e os bolsonaristas se acentua a cada dia, como reflexo das disputas entre as distintas facções da burguesia sobre os rumos do País e da crise do regime político fruto do golpe de Estado de 2016, com a derrubada da ex-presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) por meio de um impeachment fraudulento e a prisão do ex-presidente Lula pelo juiz fascista Sérgio Moro, hoje Ministro da Justiça.
O deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo Bolsonaro na Câmara, tem feito críticas à condução política do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ). O Major alega que Maia tem boicotado o PSL nas reuniões de líderes partidários e se queixa do ritmo da discussão da MP 870, que reestruturou o governo.
O bloco dos partidos do “centrão” tem imposto derrotas ao governo Bolsonaro no Congresso Nacional. Uma comissão decidiu transferir o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia, transferir a Fundação Nacional do ìndio (Funai) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para o Ministério da Justiça, aprovar uma lei de abuso de autoridade e proibir que auditores da Receita Federal investiguem crimes que não sejam de ordem fiscal.
O governo Bolsonaro (PSL) caminha de crises em crises nesses quase cinco meses de governo ilegítimo. As facções políticas dos militares das Forças Armadas, que se articulam com o bloco de partidos do “centrão”, e os propriamente bolsonaristas, ancorados no ideólogo direitista Olavo de Carvalho e amparados na extrema-direita militante, se enfrentam no controle do aparelho de Estado. No Congresso, “centrão” e bolsonaristas também se enfrentam.
As organizações operárias, populares, os partidos de esquerda devem aproveitar as divisões nas fileiras dos inimigos e convocar uma ampla mobilização pelo Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula, com o objetivo de pôr fim ao regime político golpista.