A CSP-Conlutas, organização sindical controlada pelo PSTU, realizou no final de semana passado seu congresso. Dias depois, Zé Maria, presidente nacional do PSTU, publicou em seu site um balanço do que foi o congresso de sua “central’ sindical de brinquedo em que chama de “vitória”: “o 4º Congresso da CSP-Conlutas, que se encerrou no domingo (6) foi uma vitória importante desta central, que se consolida e amplia sua influência.”
A vitória, segundo o balaço apresentado, seria que a Conlutas “expressou o avanço da construção de um polo de luta e de independência de classe em nosso país”. Nada poderia ser mais distante da realidade.
O que Zé Maria apresenta como uma vitória, é na realidade a demonstração de falência completa dessa organização e uma mostra da completa distância do PSTU e seus grupos satélites da realidade política e social do País.
Zé Mari tenta explicar que a resolução aprovada no congresso de que não se deveria fazer campanha pela liberdade de Lula não seria uma resolução em defesa da prisão de Lula e do golpe contra o PT. Claramente um embuste para enganar os tolos. Trata-se obviamente, de uma política que coloca o PSTU e a Conlutas lado a lado com a direita e com Jair Bolsonaro. Dizer que não se deve fazer campanha pela libertação de Lula pois não se deve dar um “atestado de inocência para Lula e o PT”, conforme indicado em suas resoluções, é na prática dizer que Lula pode muito bem continuar preso.
Não existe meio termo para tal questão. Pode-se discordar politicamente de Lula e do PT. Mas não se pode defender – e mesmo que acreditássemos que a posição da Conlutas é uma espécie de abstencionismo diante da questão também seria a mesma coisa – que os direitos democráticos mais fundamentais do povo sejam destruídos para que a direita coloque um líder da esquerda na cadeia.
Não existe meio termo também em outra resolução do congresso que chamou a atenção da esquerda. A defesa de que se deveria lutar para derrubar o presidente venezuelano Nicolas Maduro, inclusive chamando o governo de “ditadura chavista”, exatamente como fazem a direita golpista brasileira, os bolsonarista e o imperialismo. Nesse ponto, aparece mais um embuste. Segundo a resolução da tão combativa Conlutas não se trata apenas de pedir a derrubada de Maduro, mas também ser contra Guaidó. Tudo isso não passa de pura enrolação. Diante de uma ameaça de intervenção imperialista, qualquer organização que se diz de esquerda e dos trabalhadores não deve ter a menor vacilação: é preciso defender o direito do povo contra o imperialismo e contra a direita que quer derrubar o governo para escravizar os venezuelanos.
Essas resoluções se colocam frontalmente contra os interesses dos trabalhadores. Com mais “vitórias” como essas em seu congresso, a Conlutas aprofunda sua dissolução. É um caminho sem volta para a liquidação completa como organização.