Colocando em prática seu projeto de destruição do ensino público e de lavagem cerebral com a doutrinação militar, Jair Bolsonaro (PSL) implementa escolas militares em 15 estados além do Distrito Federal.
Na região Sudeste, apenas Minas Gerais declarou interesse. Já no Nordeste, somente o governo do Ceará se interessou. O modelo “cívico-militar” deixa claro a intenção de dirigir a educação em direção ao obscurantismo e à subserviência aos interesses dos golpistas, prevendo, assim, a atuação de equipe de militares da reserva (policiais, bombeiros ou membros das Forças Armadas) na administração escolar. A diferença entre este modelo e o puramente militar consiste apenas no fato de – por enquanto – os militares ainda não determinarem o currículo escolar, embora os alunos tenham que utilizar farda e seguir as regras definidas por militares.
O MEC adiantará R$ 54 milhões no próximo ano para a implementação do golpe contra a educação que será iniciado em 54 colégios, sendo destinado R$ 1 milhão para cada um se adequar às normas e infraestrutura dos milicos. O plano, porém, é atingir 216 unidades das 140 mil escolas do Brasil até 2023. Apesar da adesão do programa ser voluntária, o fascista Bolsonaro já declarou que irá o irá impor mesmo havendo oposição. Os golpistas acossaram as redes de ensino para que aderissem à proposta entre os dias 6 e 27 de setembro. O propósito, inicialmente, é a implantação de ao menos duas escolas em cada estado. Já o ministro da Educação, “o mentecapto” Weintraub, disse apostar na demanda pelo modelo fascista.
O alvo dos golpista é forçar o projeto de fascistização da educação em escolas do segundo ciclo do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e ensino médio com ao menos 500 alunos e no máximo 1.000. Ademais, os esforços serão dirigidos em locais mais pobres – locais em que a direita tem maior interesse em conter a rebelião popular.
É preciso denunciar esta ação dos golpistas. Esse modelo, em que militares participarão das atividades educacionais e administrativas, consiste num tremendo engodo e, portanto, só servirá para a direita impor-se por meio do terror, impedindo professores e estudantes de reivindicarem seus direitos. Este golpe, com efeito, permitirá a contenção da crescente onda de descontentamento e rebeldia da população ante as ações antipopulares do governo de Jair Bolsonaro, além de aparelharem as escolas para a doutrinação ideológica, ironicamente fazendo aquilo de que acusavam outros de fazerem.