Bolsonaro suspendeu esta semana o repasse de R$9 milhões ao CNPq, suspendendo também a divulgação de selecionados para bolsas de pesquisa científica destinadas a pós-graduação que seriam realizadas no Brasil e no exterior. O corte confirma o terceiro ano consecutivo de quedas consideráveis no orçamento da pesquisa nacional. A perda total, após o golpe, já ultrapassa os R$140 milhões.
Diversas entidades de pesquisa científica, como Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, a Associação Nacional de História e o Movimento Nacional em Defesa do Ensino Médio lançaram uma nota de repúdio, onde afirmam que “a diminuição de investimentos em Ciência e Tecnologia vai consolidando-se e silenciosamente desmontando as condições de produção e internacionalização no Brasil”, e enfatizam: “não é possível produção científica quando pesquisadores não podem planejar suas ações e ao inscrever-se em um edital não sabem se ele existirá até o final”.
O corte anunciado pelo governo golpista é mais uma demonstração de que os planos do imperialismo para o Brasil são o de boicotar todas as bases de desenvolvimento econômico nacional, o que certamente inclui o desmonte de todas as possibilidades de desenvolvimento científico e tecnológico.
Sem produção de ciência e tecnologia, torna-se impossível a qualquer país desenvolver um pólo industrial local em condições de se confrontar com um mínimo de igualdade com a indústria dos países imperialistas. Os países imperialistas, por sua vez, lutam por manter, a todo custo, seu domínio comercial sobre o mercado global e boicotam qualquer possibilidade de surgir um novo concorrente.
Um dos grandes objetivos do golpe de 2016 é justamente o de manter o Brasil como um exportador de matérias primas, em um comércio que opere com os menores preços possíveis, de modo a continuar a ocupar o tradicional papel de serviçal das indústrias imperialistas.
Bolsonaro está totalmente empenhado nestes objetivos golpistas e não perderá uma chance sequer de contribuir para que o Brasil, se possível, volte a se tornar uma colônia dos países imperialistas, principalmente dos EUA. Por isso, a destruição de toda a pesquisa nacional é um de seus objetivos prioritários.
Em todas as áreas, a realidade é uma só: ou derrubamos Bolsonaro ou ele destruirá o Brasil.