A notícia foi divulgada pela própria imprensa de direita. De acordo com matéria publicada no sítio G1, da golpista rede Globo, ao menos 6 pessoas morreram, e outras 30 ficaram feridas, em uma operação feita em conjunto pela polícia e pelas Forças Armadas, em uma refinaria que fica na cidade de El Alto, na Bolívia. Tendo em vista que são dados divulgados pelo PIG – o Partido da Imprensa Golpista – podemos supor que a repressão foi ainda maior do que o anunciado.
Demonstrando uma imensa disposição para a luta, trabalhadores da Bolívia haviam ocupado a refinaria de Senkata e organizado piquetes para impedir a entrada e a saída de combustíveis. Em uma duríssima operação, conforme mostram as imagens, os aparatos repressivos atuaram em conjunto, inclusive disparando contra os trabalhadores desarmados, que reagiram aos ataques com dinamite. O saldo final, entretanto, foi negativo para os trabalhadores, que viram o piquete ser destruído à força diante desta operação.
O que temos neste caso é um verdadeiro massacre, praticado pela direita golpista boliviana, que é irmã da direita bolsonarista que neste momento governa o Brasil. É preciso aplaudir os trabalhadores que ocupavam a refinaria de Senkata, que chegaram a utilizar dinamite aos ataques da direita. No entanto, é preciso ir além, através de uma política concreta para armar os trabalhadores que se levantam contra o golpe na Bolívia, organizando-os em Comitês de Autodefesa. É a única maneira de impedir que massacres como este, praticados pela extrema-direita, se repitam.
Ao mesmo tempo, este acontecimento mostra o quanto a política de se chegar a um acordo com a direita é criminosa. Além da organização de Comitês de autodefesa, como discutido no parágrafo anterior, é preciso que o movimento popular, tanto na Bolívia quanto nos outros países da América Latina sejam centralizados em torno da derrubada dos governos direitistas, ou seja, a luta pelo “Fora Añez”, pelo “Fora Piñera” e pelo “Fora Bolsonaro”, no caso do Brasil. É a única forma de abrir caminho para outras reivindicações populares, tais como a convocação de novas eleições e/ou uma Assembleia Nacional Constituinte Popular.