Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Diante da crise

Basta de Bolsonaro ou Fora Bolsonaro?

Contrários a uma mobilização de massas contra o governo e adeptos da política de frente com os golpistas, que inclui até o DEM e o PSDB, setores da esquerda encenam oposição

Na mesma medida em que cresce a revolta popular contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e que se aprofunda a crise não só do governo mas de todo o regime golpista, evidenciada na crescente divisão interna da burguesia que se unificou para dar o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, impôs um brutal ataque contra os trabalhadores (“reformas” trabalhista e da Previdência etc.), condenou e mantém como preso político o ex-presidente Lula etc., as direções da esquerda burguesa e pequeno burguesa mostram-se cada vez mas arredias em chamar qualquer mobilização real pela derrubada do Governo Bolsonaro, mas buscam encenar uma mobilização contra o governo, para impedir que uma verdadeira mobilização passe por fora do seu controle político.

 

Frente com golpistas e campanha eleitoral

 

No momento em que todo o Continente latino-americano é sacudido por intensas mobilizações contra governos capachos do imperialismo, bem como por derrotas eleitorais dos candidatos dos grandes monopólios, a esquerda burguesa e pequeno burguesa dá claros sinais, no Brasil, do aprofundamento da sua política de colaboração e integração com o regime golpista recusando-se a realizar qualquer mobilização efetiva contra o governo resultado do processo criminoso que colocou o candidato em quem o povo queria votar atrás das grades, por meio de condenações fraudulentas, em aberta violação da própria Constituição Federal.

Assim, essa esquerda busca o entendimento com setores golpistas que buscam se reciclar diante da crise do governo que eles ajudaram a eleger, diante do fracasso dos seus partidos tradicionais e da possibilidade de vitória da esquerda, mesmo com o candidato reserva de Lula. Isso ficou por demais evidente, em diversas oportunidades, seja na participação desses setores nos acordos no Congresso Nacional, por exemplo, na reeleição do deputado golpista Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados; seja na busca da constituição de uma “frente ampla” com lideranças do golpe de Resultado de imagem para vídeo FHC direitos já Ato PUCEstado, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e até o governador João Dória (do PSDB), o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro de Temer, Gilberto Kassab (PSDD), o DEM, de Maia e do governador Ronaldo Caiado (GO), entre muitos outros setores da direita golpista.

Estes setores buscam fazer com que os explorados e suas organizações suportem – sem maiores enfrentamentos – a ofensiva da direita que esta aprofundando – como nunca – a miséria, o desemprego, a deteriorização das já precárias condições de vida da maioria do povo, enquanto semeiam a ilusão de que toda essa ofensiva será detida por meio das eleições futuras. Mesmo quando a direita golpista ameaça, cada vez mais, com um golpe militar contra uma possível reação das massas aos seus ataques.

Não podendo impedir que haja protestos e que cresça a rejeição à essa política e à paralisia que ela provoca e nem mesmo o crescimento de uma tendência à mobilização contra a política da direita, como se viu no ato do último dia 27 de outubro em Curitiba, quando milhares de pessoas se mobilizaram com as palavras de ordem de “Lula Livre Já!” e “Fora Bolsonaro”, setores dessa esquerda convocam pequenos atos (sem nenhum esforço real de mobilização por parte dos aparatos controlados pela esquerda), em torno da palavra-de-ordem de “Basta de Bolsonaro” ou simplesmente a favor de mudanças na política do governo direitista de Bolsonaro.

Ao mesmo tempo, os chefes parlamentares dessa esquerda seguem articulando junto com setores do “centrão”, ou seja, da direita golpista, no sentido de pressionar o governo Bolsonaro, visando obter concessões e fazer retoques na sua política, sem  – efetivamente, colocar na ordem do dia a luta pela sua liquidação.

Essa política não é mais do que uma política eleitoral, que visa colocar essa esquerda e a frente com os golpistas reciclados como alternativa eleitoral diante da falência ou de uma crise ainda mais profunda do governo. Tudo sem a indesejada intervenção das massas exploradas.

O ato se torna ainda mais escandaloso, quando se observa que a “liberdade de Lula” não é reivindicada. Isso, em um momento em que existe uma repercussão mundial gigantesca, mesmo entre os setores mais moderados da esquerda. Qual seria o motivo para não defender Lula? O julgamento foi uma fraude absoluto, os golpistas nunca conseguiram provar nada contra o ex-presidente. Lula é o principal preso político do País e talvez do mundo e a esquerda brasileira não coloca essa questão crucial como bandeira? Aqui também tem um outro problema. A esquerda só defende e quando defende Lula em discurso. Lutar pela sua liberdade implicaria em mobilizar. Assim como não querem mobilizar pelo “Fora Bolsonaro”, também não querem mobilizar pela “Liberdade de Lula”. Trata-se de uma política consciente de colaboração com o golpe, com o bolsonarismo e com a ditadura.

 

Derrotar a política de conciliação:  fora Bolsonaro

 

Essa política precisa ser denunciada como aquilo que realmente é:  uma política que serve aos interesses das diversas alas da direita golpista. Por um lado, busca ajudar os setores da burguesia tradicional que procuram se reabilitar diante das massas, que as rejeitam profundamente por sua politica pró-imperialista e antipopular. Por outro, serve aos interesses das alas mais direitistas que, diante da crise, colocam como alternativa para seus planos, o endurecimento do regime, por meio de um golpe militar, que para se concretizar precisa encontrar o movimento de luta desarmado, por falta de uma política independente, graças a submissão dos movimentos de luta dos trabalhadores e da juventude à política da burguesia golpista.

Em oposição à política de derrotas de crença nas inexistentes instituições democráticas, de esperar pelas eleições (e de certa forma, pelo golpe da direita), é preciso impulsionar as tendências a uma reação e à mobilização contra o regime golpista por meio da organização independente dos explorados, nos Comitês de Luta espalhados por todo o Pais, em um partido operário revolucionário e nas organizações de luta dos explorados da cidade e do campo. Por meio de uma intensa campanha de agitação e propaganda, nos locais de trabalho, nos bairros, nas universidades e escolas, é preciso impulsionar essa mobilização por meio de uma política de defesa dos interesses dos explorados que tenha como eixos centrais a luta pela liberdade imediata de Lula, a maior liderança popular do País pela anulação da criminosa operação lava jato; pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, anulação das eleições fraudulentas, convocação de novas eleições gerais, livres e democráticas, com Lula livre e Lula candidato e a conquista, por meio da mobilização revolucionária das massas, de um assembleia nacional constituinte livre e soberana.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.