Indo ao encontro da ofensiva neoliberal que o imperialismo prepara contra os países da América Latina, vem se instalando na Bolívia uma tentativa de golpe objetivando a derrubada do presidente eleito democraticamente, Evo Morales. A direita golpista da Bolívia está utilizando o mesmo método usado pela direita venezuelana, que consiste em colocar as eleições como fraudadas, com inconsistências, forçando uma situação em que seja necessário chamar novas eleições, abrindo caminho para a direita financiada pelo imperialismo tomar conta.
Seguindo essa linha, Carlos Mesa, candidato da Comunidade Cidadão (CC), afirmou que está enviando uma carta para Álvaro García, vice-presidente da Bolívia, com cópia para Evo Morales, pedindo que seja analisado uma proposta de projeto de reorganiação do órgão eleitoral, afimando que “Não há saída política que não seja um novo processos eleitoral e não há saída dessa crise se Evo Morales permanecer no poder”. Essa atitude de Mesa vai ao encontro das manobras da direita, que quer a todo custo dar um golpe em Morales, que tem apoio da maior parte da população boliviana.
Com o apoio de Álvaro Andrade, que é chefe da Ethical Hacking, empresa responsável por conduzir a auditoria do processo eleitoral na Bolívia, afirmou que a instituição não tem como garantir a integridade dos resultados das Eleições Gerais na Bolívia, que aconteceram no último mês de outubro, isso porque, supostamente, “todo o processo está viciado em nulidade pela quantidade de alterações”. E continua, afirmando durante uma entrevista que as eleições foram viciadas pela nulidade, “não porque dizemos isso, o que pode ser dito por qualquer empresa, incluindo a OEA que está conduzindo sua auditoria”.
Aceitar essa manobra e sentenciar os rumos da Bolívia aos critérios estabelecidos por órgãos sustentados pelo imperialismo é dar de mão beijada o país para todo tipo de opressão e exploração. A empresa entrou no complô golpista da direita coordenado pelo imperialismo para fortalecer a campanha da direita no país. Esse é um claro ataque da direita boliviana, financiada pelo imperialismo, contra a população boliviana.
Essa manobra vem sendo aplicada na América Latina toda, assim como aconteceu no Brasil, quando Dilma Rousseff foi eleita e a direita golpista tentou tirar a credibilidade das eleições, afirmando que foram fraudadas, até culminar no processo de impeachment. A saída não é outra senão a mobilização popular em torno da sustentação do governo eleito de Evo Morales. Somente o povo boliviano pode barrar essa ofensiva da direita, esse golpe em curso, e segurar seu presidente eleito.