A ascensão da extrema-direita fascista na França está afetando o direito das mulheres a decidirem democraticamente sobre seus corpos. A ofensiva se dá sobre o direito ao aborto, existente há quase 45 anos no país.
Atualmente, a França está sendo governada por um representante direito da Troika (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), que é uma articulação dos grandes bancos e instituições financeiras internacionais. Além do governo Macron, cresce a extrema-direita fascista com o partido Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen, conhecido pelas declarações racistas, anti-imigrantes africanos e contra os direitos das mulheres e dos trabalhadores em geral.
O Sindicato dos Ginecologistas e Obstetras da França (Syngof) ameaçou suspender a interrupção voluntária da gravidez como uma forma de negociar com o governo uma reivindicação da categoria. De acordo com uma mensagem enviada ao aos seus sócios, o sindicato, atuamente tomado pela direita, escolheu a questão do aborto por “criar polêmicas” entre os médicos.
A direita tem criado empecilhos para inviabilizar na prática o direito ao aborto. Foi criada uma cláusula de consciência, que autoriza o médico a pedir um período de reflexão, o que atrasa ou até mesmo impede a realização do procedimento.
O direito à decisão democrática é uma conquista dos movimentos sociais. A maternidade não deve ser imposta pela polícia ou pela justiça e nem ser utilizado como moeda de troca de médicos de extrema-direita. Cabe às organizações de massas e o movimento de mulheres se mobilizarem para barrar a ofensiva direitista contra seus direitos democráticos.