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Aliviar para delator não podia parecer prêmio contra Lula, mas era

Novas revelações da “vaza jato” do Intercept mostram um detalhe estarrecedor para o observador atento.

O sócio-diretor da construtora OAS foi fundamental para a Lava Jato: antes da delação premiada forjada dele servir para a condenação de Lula, foi ela que justificou a permanência do caso em Curitiba.

O processo estava correndo fazia tempo e Moro e seus procuradores amestrados estavam preocupados porque não tinham nada, depois de ouvir 72 depoimentos e buscar documentos, para sequer confirmar a competência do fôro.

Traduzindo o jurisdiquês: como o Guarujá não fica no Paraná e o objeto da investigação que inventaram contra o ex-presidente, o tal apartamento tríplex, está situado no litoral paulista, o processo não poderia estar tramitando na Justiça Federal do Paraná, na Vara 13, que o Moro montou para pegar o petista. Existia aí uma nulidade processual desde o início, ou seja, de acordo com o que está escrito na lei, tudo que Moro, Dallagnol et caterva tinham feito era nulo.

Pelo que manda a lei, tinham que zerar tudo. E a Justiça Federal de São Paulo é que teria que reabrir o caso desde o princípio, ver tudo e ouvir todo mundo de novo. Todo o gasto de dinheiro público inutilmente teria que ser prestado conta por pura incompetência. Ou melhor, a Lava Jato inventou um culpado, o Lula, que era sua própria razão de existir, e precisava encontrar alguma coisa contra ele.

Entretanto, oficialmente, a Lava Jato era uma força tarefa para apurar desvios da Petrobras. Os procuradores e o juiz fajuto precisavam desesperadamente de uma conexão da Petrobras com o Lula, nem que fosse um centavo, para justificar a manutenção do caso lá.

O diretor da OAS, que se identifica pelo nome de guerra de Leo Pinheiro, mas chama-se mesmo José Ademário, fez esse serviço.

Leo já estava condenado a 16 anos de cadeia por ilícitos em contratos com a Petrobras, segundo o “juiz imparcial”. As condenações eram uma forma de “amaciar” o condenado a delatar o Lula. As negociações entre os procuradores amestrados e Leo estavam travadas porque ele se recusava a falar o que eles queriam que fosse dito.

Segundo Pinheiro, as obras que a OAS fez no apartamento tríplex do Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP) foram uma forma de a empresa agradar a Lula, e não contrapartidas a algum benefício que o grupo tenha recebido. No primeiro depoimento dele a Moro, Leo disse que fez as obras no tríplex para convencer a dona Marisa a ficar com ele, em troca da cota que ela tinha no empreendimento, sem nada a ver com Petrobras.

Então Leo foi forçado a mudar os termos do seu depoimento, conforme ele mesmo afirmou diante de Sérgio Moro, dizendo que foram seus advogados que o orientaram a falar diferente. Era “entregar o Lula” para “aliviar” para ele. Leo mudou sua delação e disse que haveria uma “conta” clandestina em favor de Lula, versão mantida até o final como justificativa da suposta vinculação do triplex do Guarujá com os contratos da Petrobras. Ninguém achou a conta até agora, como foi a lorota da da Friboi. Mas não vem ao caso.

Dallagnol manifestou preocupação, segundo os vazamentos do Intercept:

Deltan (Dallagnol)-17:10:32 -Caros, acordo do OAS, é um ponto pensar no timing do acordo com o Léo Pinheiro. Não pode parecer um prêmio pela condenação do Lula.

Mas era exatamente isso que era.

A recompensa pela incriminação do ex-presidente, foi cumprida:  a pena de  Pinheiro foi reduzida para 3 anos e 6 meses, em regime semiaberto.

O Lula deu fama a muita gente, deu emprego a muito “jornalista” sem escrúpulos. Sem o Lula, Moro e Dallagnol seriam reles desconhecidos. Agora o Intercept está jogando no ventilador que eles não eram exatamente o que pareciam ser, nada que seja novidade para quem acompanha a imprensa da Causa Operária. Por causa de Lula, Moro e Dallagnol nunca mais serão os desconhecidos do Paraná, serão conhecidos com membros de uma quadrilha de criminosos que montaram uma conspiração contra o País.

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