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Putsch de Munique

8/11/1923: em Munique, nazistas tentam dar um golpe de Estado

Hitler e Rudendolff, principal general alemão da Primeira Guerra Mundial, orquestraram em novembro de 1923, uma tentativa de replicar a Marcha Sobre Roma em Munique.

No dia 8 de novembro de 1923, acontecia o famoso Pustch da Cervejaria, ou Pustch de Munique. A palavra putsch vem do alemão e significa golpe. O acontecimento em questão foi uma importante tentativa de Golpe de Estado orquestrado pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães em Munique, Baviera, com o intuito de posteriormente derrubar o governo em Berlim.

A inspiração de Hitler veio da Marcha sobre Roma, protagonizada pelo Partido Nacional Fascista de Benito Mussolini, no dia 22 de outubro de 1922, onde os camisas pretas desfilaram na capital Italiana para pressionar o Rei Vitor Emanuel III, que em seguida nomeou Mussolini como chefe de governo, dando início ao período fascista na Itália.

O golpe teve com palco a cervejaria de Bürgerbräukeller, umas das principais de Munique. Na época muitas reuniões do partido nazista se davam em cervejarias famosas da cidade. Uma das principais peças foi o General Ludendorff, que dirigiu as tropas alemãs na Primeira Guerra Mundial, e ficou conhecido como grande estrategista. Ludendorff seria o testa de ferro, ele que orquestraria a parte prática e daria legitimidade, aproveitando-se de sua fama e prestígio.

Desde 1921, Hitler se consolidara como principal liderança do partido, aumentando cada vez mais sua influência entre a burguesia da Baviera, onde juntou importantes contatos que incentivariam o golpe de Estado, e financiariam as forças paramilitares dos nazistas, rebatizadas em 1921 de Sturmabteilung (SA), por seu criador e comandante Ernst Röhm.

Para Hitler e Ludendorff , a principais figuras a serem convencidas eram os componentes do triunvirato da Baviera, um grupo de diplomatas e militares influentes que, segundo Hitler, caso aderissem garantiriam o sucesso total do golpe. Era composto por : Gustav von Kahr, comissário geral; Otto von Lossow, chefe do exército bávaro (também conhecido como Reichswehr); e Hans Ritter von Seisser, chefe de polícia.

O ano de 1923 foi marcado pela ocupação militar da região industrial de Ruhr pelas tropas francesas, como queria o tratado de Versalhes. A ocupação desencadeou uma avassaladora hiperinflação do marco, moeda alemã em vigor na época, cuja equivalência ao dólar no início do ano era de 17 972, e passou para 4 200 bilhões em novembro. Incentivados pela completa instabilidade política causada por esses acontecimentos, os rumores de que as organizações fascistas da Alemanha orquestrariam um golpe de estado eram amplamente difundidos.

No último trimestre de 23, a tensão política, causada pelo desmantelamento da economia alemã, estava nas alturas, Hitler então pressionado a agir para não perder a maré dos acontecimentos, marcou a data do putsch para o 9 de novembro, data de comemoração da abdicação de Guilherme II, e proclamação da República de Weimar. Nos dias 6 e 7 do mesmo mês, afim de não deixar nenhuma ponta solta, o dirigente nazista se reunia com: Dr.Weber, dirigente do grupo nacionalista Oberland ; Ludendorff; Hermann Göring, dirigente da SA desde 1922;  Scheubner-Richter, diplomata que dispunha de uma vasta lista contatos na alta burguesia que financiavam o partido; e Kriebel, responsável militar do grupo Kampfbund.

O golpe não se limitaria à Munique, mas também se expandiria às principais cidades da Baviera: Ratisbona, Augsburgo, Ingolstádio, Nuremberga e Wurtzburgo. Para isso tomariam as estações de trem, telégrafos, telefonia, e de rádio; os principais prédios públicos e os comissariados. Todos os dirigentes sindicais e membros dos partidos socialistas e comunistas deveriam ser presos.

Na noite do 8 de novembro, o comissário geral, Gustav von Kahr, levou os dois outros membros do triunvirato para a cervejaria, que nessa hora já transbordava de gente. Os rumores Putsch haviam se espalhado pela cidade. Hitler se reuniu em uma sala com os três homens para explicar o novo governo, e convencê-los a apoiarem a empreitada. Hitler seria o chefe de governo, Ludendorff o ministro do exército, Lossow ministro da Reichswehr, Seisser ministro da policie, e Kahr regente da Baviera.  Vale ressaltar que o estado da Baviera detinha uma certa autonomia na época. Depois de convencidos, Hitler saiu acompanhado dos três para discursar frente aos presentes sobre o novo governo que se instauraria.

O que acontece em seguida foi uma séria de erros, causados em partes pela inexperiência da SA, mas principalmente pela mal feita articulação política. Hitler não havia convencido de fato Lossow e Seisser, que logo liberados para voltar aos seus lares, através das estações cuja SA falhou em tomar, comunicaram o golpe a toda Alemanha. Gustav Stresemann, então chanceler da Alemanha, condenou qualquer aliança aos putschistas, reganhou os militares da Reichswehr e enviou auxílio militar para reprimir o golpe.

Göring foi atingido na perna, Max Erwin von Scheubner-Richter, morto, e Hitler atingido no ombro. Desse episódio surge o mito da Blutfahne, uma bandeira nazista que teria sido manchada com o sangue de Ulrich Graf, militar da escolta pessoal de Hitler, a Stosstruppe, futura SS, que teria usado o próprio corpo para proteger seu líder. Os dirigentes nazistas foram capturados e condenados a prisão, mas Hitler cumpriu somente 13 meses dos 5 anos aos quais foi sentenciado, tempo que usou para escrever o Mein Kampf.

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