A segunda Conferência Nacional dos Comitês de Luta Contra o Golpe, realizada nos dias 14 e 15 de dezembro na cidade de São Paulo, foi um marco para a organização do movimento operário na luta contra os golpistas.
Em um momento de total paralisia das organizações de esquerda no país, o Partido da Causa Operária junto aos comitês de todo país fizeram com sucesso um evento essencial para quebrar esta barreira imposta pelas direções e impulsionar a campanha pelo Fora Bolsonaro e Eleições Gerais com Lula Candidato. Esta por sinal, foi a política utilizada unanimemente como eixo centralizador de toda a conferência, composta por mais de 300 comitês de todo país, militantes do PCO, ativistas da esquerda e de outros partidos.
Enquanto a esquerda pequeno-burguesa entra em férias, marcando os próximos movimentos apenas para daqui quatro meses, o golpe aprofunda seus ataques ao povo, sem dar trégua. Contudo, esta conferência foi uma resposta a toda essa situação, ao acompanhar-se toda a campanha que se fez em torno da mesma, percebe-se o alto grau de engajamento do povo, mesmo em um mês como dezembro. Os números de inscritos bateram mais de mil, não sendo maior apenas devido as nossas limitações organizativas.
Tais resultados, representam a vontade popular em fazer algo, em lutar contra o governo Bolsonaro. Porém, vemos esta representação com ainda mais clareza nas deliberações dadas pela conferência, cujas propostas denotaram uma diferença de qualidade e método comparado a política do restante da esquerda.
Ao levarmos em conta toda a política de propaganda e luta contra o regime golpista feita pela esquerda pequeno-burguesa no último período, percebemos em meio as críticas, nem sempre bem feitas, ao governo uma falta de reais propostas que possam levantar, pela positiva, o povo por alternativas para solucionar os problemas.
Recentemente, como tentativa de combater os altos índices de desemprego que atingem o trabalhador brasileiro, representações sindicatais encontraram-se com o governo Bolsonaro para pedir por soluções. Esta política, de total abandono de um program próprio, faz com que a esquerda entre em mero estado de expectativa quanto aos ataques da direita. Criticando-se as medidas tomadas pelo governo Bolsonaro porém sem dar uma alternativa para solucionar os problemas do povo, faz com que a mobilização popular entre em total paralisia.
Se compararmos com todas as revoltas que aconteceram pelo mundo nos últimos meses, notamos que sempre há guiando a população uma proposta de poder, uma alternativa em mente que possibilita as grandes massas agirem para conquista-la. No caso brasileiro, para solucionar esta metodologia falha da esquerda, a segunda conferência surge com uma mentalidade completamente oposta, denunciando duramente o governo Bolsonaro ao mesmo tempo que propõe reais soluções para os problemas do país.
Para a questão do desemprego por exemplo, citada anteriormente, foi deliberado a necessidade de lutarmos pela redução para 35 horas semanais de trabalho com a manutenção do salário, abrindo assim milhões de empregos por todo país e garantindo uma condição de vida digna ao povo.
Como forma de destruir as mil e uma políticas que os golpistas disferem contra o país, é defendida a necessidade de lutar-se pelo Fora Bolsonaro, uma abertura para que a esquerda possa assumir a frente da situação, concluindo-se em uma proposta de poder objetiva, dando ação a mobilização popular.
Dessa forma, a segunda conferência de luta contra o golpe consagrou-se como uma importante vitória da organização do povo brasileiro, passando por cima da política derrotista da esquerda e trazendo a tona um caminho de luta para atingirmos nossos objetivos, por FORA BOLSONARO e ELEIÇÕES GERAIS!