Muito daquilo que a França produziu e que não prestou foi jogado no lixo. Antes, todavia, veio ao Brasil e foi recebido como mercadoria de primeira qualidade. Foi o que aconteceu com o Espiritismo e com o Positivismo.
O Espiritismo, inventado por Allan Kardec, é praticamente inexistente na França. No Brasil, é o máximo. E manifesta-se na figura impoluta de um João de Deus.
O Positivismo, inventado por Auguste Comte, é coisa do passado na França. No Brasil, existe até igreja positivista.
O Positivismo, no Brasil foi a ideologia fundante de nossa república. E mancha a paisagem brasileira por todos os lados. Está, também, em nossa bandeira. Aquele que jamais será vermelha.
Ordem e progresso era o lema dos positivistas franceses: “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim” era a frase completa. O amor, o princípio, a base e o fim caíram. Sobrou o que sobrou. Ordem é repressão; progresso é sonho que nunca se realiza. Brasil, o país do futuro. Fiado, só amanhã.
Comte, o criador, passou 22 anos criando o seu Sistema de filosofia positiva, o qual redige depois de perder a esposa pelo divórcio, e a amante pela tuberculose. E para coroar a obra, faz do Positivismo a religião da humanidade. E a amante, que já estava morta, Clotilde de Vaux, seria a deusa dessa religião.
Comte morreu em 1857. Não demorou muito (1881), fundou-se, no Brasil, a Igreja Positivista, a qual ainda funciona no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. E ainda há os que falam em progresso no Brasil. Este é um país que vai pra frente.