No início dos conflitos que levariam à Guerra do Paraguai, o governo argentino lançou um navio, que estava para ser desmontado, nas águas do rio Paraguai, esperando que o exército de Solano Lopes o alvejasse e os argentinos pudessem declarar guerra à nação vizinha. E foi o que aconteceu.
O Brasil entrou na guerra com um navio de grande porte para a época, o Riachuelo. Era um navio imponente e demonstrava que o Brasil tinha, ou poderia vir a ter, um grande poder naval no continente.
Diante disso, os Estrados Unidos, em resposta, comissionaram o USS Maine. Mas o navio demorou muito a ser construído e, quando foi lançado, já estava obsoleto. Que fazer com aquele museu flutuante?
Misteriosamente, no dia 15 de fevereiro de 1898, o navio explodiu em um porto de Havana, para onde fora mandado para proteger os interesses americanos ali, contra os interesses espanhóis. A opinião pública, inflamada pelas declarações da imprensa marrom norte-americana, liderada por William Randolph Hearst (o cidadão Kane) e Joseph Pulitzer, o país declarará guerra à Espanha.
Isso levará à independência de Cuba, à construção de uma base naval norte-americana na Ilha, a qual permanece até hoje (Guantánamo), e ao domínio dos norte-americanos sobre o Caribe.
Essa tática de afundar navios e colocar a culpa nos outros tornou-se clássica e vem sendo usada até hoje pelos Estados Unidos. O naufrágio do RMS Lusitania no Mar do Norte, leva o país a envolver-se na Primeira Grande Guerra; o ataque japonês ao cemitério de navios de Pearl Harbor, no Havaí, serve de justificativa para que aquele país declarasse guerra ao Japão.
Estamos no aguardo para saber qual navio afundará para que os Estados Unidos resolvam invadir a Venezuela.