Após a prisão do ex-presidente Lula, a burguesia tem feito uma forte pressão para que o Partido dos Trabalhadores desista da candidatura do maior líder popular do país. Embora essa pressão tenha encontrado eco em setores da esquerda golpista, os setores que querem lutar contra o golpe reagiram fortemente a essa capitulação: é Lula ou nada!
Durante as últimas semanas, blogueiros de esquerda e figuras públicas da esquerda tentaram emplacar a candidatura de Ciro Gomes. Sem nenhum sucesso, esses setores tiveram de recuar na campanha abutre, visto que a reação foi brutal.
Com o recuo da discussão de um “substituto” para Lula, uma nova discussão surgiu na imprensa: quem seria o vice-presidente na chapa de Lula. Essa discussão, no entanto, não é pertinente para a luta a see travada neste momento, isto é, a luta contra o golpe. Afinal, a candidatura de Lula, que tem recebido um apoio imenso da população, não é uma candidatura burocrática e fisiológica: sua vitória virá das ruas, e não de arranjos eleitoreiros.
Além de ser uma discussão fora de propósito, a indicação de um candidato a vice-presidente poderá fortalecer, no futuro, a ideia do “plano B”. Seria muito mais fácil convencer os trabalhadores a votar naquele que seria o vice de Lula a votar em alguém que está distante do PT e construiu sua candidatura com o apoio do PP e do PSB.
A única saída para os trabalhadores é a luta contra o golpe. Apenas uma mobilização revolucionária será capaz de libertar o ex-presidente Lula, colocá-lo na Presidência e anular as atrocidades do governo golpista.