O regime golpista está atacando, e controlou o processo eleitoral. Ao contrário do que a esquerda desejava, era fantasioso esperar uma “virada” ou “resposta ao golpe” através de urnas fraudulentas.
Dito e feito. Venceu o candidato do golpe. Não era o candidato favorito da grande burguesia e do imperialismo, por exemplo Alckmin. Mas na dificuldade de emplacar sua candidatura, escolheram Jair Bolsonaro, que tinha alguma intenção de voto e disposição para atacar as forças populares.
Mas Bolsonaro não tem plenos poderes e representará um governo profundamente dividido, cercado por forças contraditórias. Os resultados “mágicos” nas urnas, emplacando votações recordes para candidatos desconhecidos, evidencia a fraude e esconde a pequena base de sustentação deste governo. Bolsonaro receberá oposição, tanto de forças populares quanto de setores burgueses, e talvez tenha mais dificuldade de controlar o congresso do que o próprio Temer. Dada a continuidade da crise, há fortes riscos de que o próprio Bolsonaro seja derrubado pelo imperialismo, através de um golpe militar.
Devemos ter claro que Bolsonaro só venceu devido à prisão de Lula, que tinha preferência absoluta do eleitorado. Bolsonaro é um governo ilegítimo e que precisa ser derrubado pelos trabalhadores. E a vitória não será em urnas ou através de discursos inflamados. A vitória sobre o golpe só pode acontecer no único terreno que a burguesia é fraca – o terreno das ruas.
Confira mais sobre a conjuntura na primeira análise política pós-eleição do companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, para o Brasil 247.