Na manha da última quarta-feira, 17 de outubro, os estudantes da Universidade de São Paulo (USP), acordaram com uma série de suásticas nazistas pichadas em cinco apartamentos do bloco A do conjunto residencial da universidade, o CRUSP. Em uma das pichações apareceu a inscrição “Volta para a Bolívia”, em referência aos estudantes bolivianos que residem no CRUSP.
O bloco A é também conhecido por ser o bloco das mães, além de abrigar muitos estudantes LGBTs, negros e nordestinos. Ou seja, o ataque fascista teve alvos determinados, justamente os setores mais vulneráveis e mais ameaçados, em um primeiro momento, com o avanço dos grupos de extrema-direita. O bloco atacado também é lembrado por ser moradia de vários estudantes que foram expulsos da universidade por terem participado da ocupação de uma sala da então Coordenadoria de Assistência Social da Universidade, em 2011, a Coseas.
O ataque dentro da USP é mais um exemplo grave do aumento da violência contra a população pobre, as mulheres, os negros, ativistas de esquerda e LGBTs por parte dos grupos de extrema-direita, uma consequência direta da fraude eleitoral e do crescimento da candidatura de Jair Bolsonaro, que aparece em primeiro lugar nas eleições presidenciais desse ano.
Os estudantes do CRUSP tomaram uma atitude correta. Logo após os ataques, eles se reuniram na Associação de Moradores do Crusp, a Amorcrusp, e decidiram formar comitês de seguranca para se protegerem e se defenderem dos ataques da direita. A organização dos comitês de autodefesa é algo urgente nessa atual etapa, com o aprofundamento do golpe de estado. É necessário organizar também uma ampla mobilização popular para derrotar a direita fascista e golpista nas ruas, por meio da força popular e da juventude.