Da redação – O general Augusto Heleno, que estava sendo cotado para chefiar o ministério da Defesa, acaba de confirmar que vai assumir o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que está atualmente nas mãos do General Sérgio Etchegoyen, no governo ilegítimo do fascista Jair Bolsonaro.
“É isso o que ele quer”, disse Heleno aos jornalistas na manhã de hoje (07). Ele é um homem de confiança de Bolsonaro e agora despachará diretamente do Palácio do Planalto, desbancando Etchegoyen.
O GSI é o órgão que coordena a Inteligência do Estado brasileiro. Com o golpe de Estado, a situação da perseguição política está cada vez pior. O Gabinete é responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que detém diversas coordenadas sobre os grupos políticos e movimentos sociais.
Com isso, Etchegoyen poderá ir para a Abin, que é seu braço operacional. Trata-se de um mecanismo chave para a abertura desenfreada da repressão política contra a classe trabalhadora. O GSI vem se reestruturando e se modernizando nos últimos anos, desde a preparação para o golpe de Estado. Segundo o jornal golpista e reacionário O Estado de S. Paulo, o GSI é a ponta extrema do extenso Sistema Brasileiro de Inteligência, com mais de 30 organismos em 14 ministérios e os três comandos das Forças Armadas, com agentes treinados e recursos para monitorar rigorosamente as redes sociais. De acordo com uma fonte da Abin citada pelo jornal, tal órgão monitora, em média, por volta de mil alvos de maneira ininterrupta, incluindo os movimentos populares.
Fica claro que as “aproximações sucessivas” anunciadas por Mourão, na época em que revelou os planos de um golpe militar, estão se realizando. Para o Governo de transição, quase 10 integrantes são militares.
Entretanto, o que é preocupante é o cenário que está se criando. Algumas semanas atrás, os golpistas criaram por decreto uma Força-Tarefa para centralizar a repressão contra o “crime organizado”, no qual por meio da lei antiterrorista estão tentando enquadrar o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terras (MST), maior organização de luta pela reforma agrária do país, bem como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e vários outros movimentos sociais e partidos políticos.
Agora, foi anunciado que o ministério da caça aos comunistas e às organizações populares continuará nas mãos de um general.
É preciso se mobilizar contra o governo Bolsonaro desde já, e quem deve fazer isso são os movimentos populares organizados, que serão as principais vítimas do plano que se esboça e começa a ser colocado em prática, de uma ampla repressão política e perseguição àqueles que os militares, que estão no poder, consideram como “inimigos do Estado”.