Encerram-se as eleições e ficou claro para o eleitor brasileiro seu caráter fraudulento. O líder nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva, foi impedido de participar, e seu partido, o Partido dos Trabalhadores, pôde sequer fazer campanha com seu rosto ou seu nome, sob pena de ser perseguido, agredido e ter o material eleitoral confiscado pela polícia.
As eleições são um jogo de cartas marcas ao qual a burguesia joga e arbitra. Esse ano, devido à crise politica e econômica mundial, as regras estão mudando conforme a partida vai sendo jogada para tirar qualquer chances daqueles que não estão no time seleto dos golpistas.
O judiciário foi uma peça crucial para dominar completamente o processo eleitoral. O STF e o TSE provaram-se ferramentas da burguesia para passar por cima da constituição quando necessário, permitindo a prisão sem transito julgado, e proibindo um preso político de prestar entrevistas e ao seu partido de fazer alusão. Os TREs impossibilitaram os partidos de esquerda de fazerem campanha, criando regras ambíguas para essas eleições que impossibilitam a campanha de rua, como colagem de adesivos, campanha em locais que obstruem a passagem pública, e cassando arbitrariamente a candidatura de diversos candidatos de esquerda pelo país.
A polícia, aparato repressivo do Estado, aprendeu material de campanha com fotos ou nome de Lula, fechou sedes do Partido dos Trabalhadores. No Paraná a Guarda Municipal baleou a queima-roupa o candidato a deputado estadual Renato Almeida Freitas Jr..
O Partido da Causa Operária denuncia a fraude que essas eleições configuram, e apontam que qualquer promessa eleitoral feita por candidato A ou B são insustentáveis no cenário atual. Quem por ventura for eleito contra a vontade da burguesia terá que governar com os militares que já permeiam a política e comandam de fato as instituições burguesas. A esquerda tem o dever de chamar a povo a encher as ruas, alamedas, avenidas, passarelas e lutarem pela tomada da soberania política do Brasil.