Faleceu na cidade de São Paulo, na última quarta-feira, dia 30, o jornalista Audálio Dantas, vítima de um câncer que enfrentava desde 2015 e, segundo amigos, vítima do desgosto diante da ofensiva golpista que assola o país nos últimos anos.
Audálio Dantas nasceu em 8 de julho de 1929, na cidade de Tanque D’Arca (AL). Reconhecido internacionalmente pela sua luta pelos Direitos Humanos, Audálio foi um dos jornalistas a denunciar o assassinato do colega de profissão Vladmir Herzog nos porões do DOI-CODI, desmentindo a farsa apregoada pelos militares de que ele havia se suicidado.
Audálio presidiu o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo de 1975 a 1978, onde se destacou pelo combate à ditadura militar e à censura. Iniciou sua carreira jornalística no extinto Folha de Manhã e teve passagens pelas revistas O Cruzeiro, Quatro Rodas, Realidade e Veja.
O jornalista também foi o autor de biografias como Graciliano Ramos, Menino Lula e As Duas Guerras de Vlado Herzog: da perseguição nazista na Europa à morte sob tortura no Brasil. Além destes livros, foi responsável pela publicação do livro Quarto de Despejo, escrito por Carolina Maria de Jesus, cujos diários retratavam a dura vida desta mulher pobre, negra e favelada, que sobrevivia catando lixo na cidade de São Paulo.
Em homenagem a Audálio Dantas, o Instituto Vladimir Herzog publicou um texto, que pode ser acessado pelo seguinte link:
http://vladimirherzog.org/um-cidadao-contra-a-barbarie/