Os episódios que ocorreram ontem (19) demonstram claramente que os golpistas estão dispostos a fazer de tudo para manter Lula nas masmorras da Polícia Federal.
Após o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, ter concedido uma liminar que impedia a prisão em segunda instância – algo que é arbitrário até para as leis da reacionária constituição brasileira -, o presidente da instituição suprema do judiciário, Dias Toffoli, e o alto-comando das Forças Armadas se reuniram para impedir o feito.
A decisão democrática de Marco Aurélio favorecia a maioria dos presos brasileiros, que estão injustamentes encarcerados sem que os trâmites legais tenham acabado, e também os presos políticos da Lava-Jato, como o ex-presidente Lula e o ex-tesoureiro petista, Vaccari Neto.
Provavelmente, a decisão foi estimulada pela preocupação com o avanço de um setor da burguesia imperialista, que está criando um estado policial e ditatorial no país, ameaçando setores fortes das burguesias regionais, que sustentam politicamente Marco Aurélio. Seria muito ilusão acreditar que um golpista é democrático.
Porém, por outro lado, o imperialismo, por meio das Forças Armadas, que controlam hoje o STF, impediram que a constituição fosse cumprida. Arrumaram uma maracutaia para passar por cima da manobra realizada por Marco Aurélio.
À mando dos militares que o acessoram, Toffoli subitamente apareceu para desfazer a decisão de Marco Aurélio, para acalmar o desespero da burguesia golpista.
Entretanto, diversas mobilizações foram realizadas no país. Curitiba e Brasília, assim como o Rio de Janeiro e outras cidades, se tornaram alvo de diversas manifestações pela liberdade do Lula. A população já está ciente de que apenas a mobilização popular pode conceder a liberdade ao ex-presidente.
Por isso, os comitês de luta contra o golpe e o Partido da Causa Operária convocam todos à irem para Curitiba, no dia 31 de dezembro, data do Réveillon. É preciso mobilizar para retirar Lula da prisão na marra. Começar o ano mostrando toda a popularidade de Lula e impopularidade de Bolsonaro, que estará iniciando seu mandato ilegítimo. Iniciar o ano mostrando que eleição sem Lula foi fraude.