Em Mauá, repercute drasticamente o enorme corte de verbas e os ataques do governo Michel Temer contra a saúde do país, ampliados pela recente expulsão dos médicos cubanos pelo golpista Jair Bolsonaro. Tais ataques à nível nacional já se refletem no município de Mauá, na região do ABC paulista.
No município, equipes do programa Saúde da Família, que há meses estavam incompletas repercutem na assistência e no repasse de recursos feitos pelo Ministério da Saúde à cidade de Mauá. Neste campo a crise aumentou nas últimas semanas, com a saída de 33 médicos cubanos, de um total de 42 que atuavam no programa “Mais Médicos”, por conta da expulsão causada pelo anúncio do fascista Jair Bolsonaro.
A população de Mauá sofre, na gestão da Atenção Básica, inúmeras denúncias apresentam que as coletas de exames (hemograma, urina, fezes) estão paralisadas há 6 meses. Realizados apenas para gestantes. Na odontologia, não há materiais para atendimento, faltam até anestésicos, condenando o povo a sofrer com dores de dente.
Nas Unidades Básicas de Saúde Feital, Primavera e Zaira3, a falta de médicos devido saída dos cubanos leva a população ao desespero, com a falta da reposição de médicos brasileiros que não querem atender nas regiões periféricas.
De acordo com levantamento referente ao bolsa família, é de responsabilidade municipal o registro de dados para recebimento dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde mensalmente.
Com o atraso nestas informações Mauá não recebeu recursos nos últimos cinco meses, o último repasse ocorreu em junho 2018. As famílias recebem, mas o município, a gestão não. Tal situação levará em curto prazo à extinção de recursos e o não pagamento do benefício à população.
Desde 1° de setembro exames de ultrassons mamografias não são realizados. Em média há 6000 guias médicas aguardando agendamento para exame de mamografia, ou seja, milhares de mulheres estão sendo condenadas à morte, pois sem exame não há prevenção de câncer de mama.
A Santa Casa do município de Mauá realizava em média 110 partos/mês, agora estes são encaminhados para outras regiões como Diadema, para Hospital Serraria, ou Itapecerica da Serra, entre outros.
Casos de Ortopedia e Neurocirurgia tem sido encaminhados para em São José dos Campos. Sendo que em muitos casos as famílias, por meios próprios, encaminham seus familiares para outros municípios, pois as ambulâncias encontram – se sucateadas, sendo que Mauá é referência para a microrregião. Ambulâncias que realizam transporte ambulatorial (hemodiálise e consultas e exames fora do município) se encontram sem combustível por falta de pagamento aos postos de combustível.
É necessário a organização e mobilização dos trabalhadores mauaenses contra o sucateamento da saúde pública que está condenando à morte centenas, milhares de pessoas no próximo período por conta do enorme roubo aos recursos públicos impostos pelos golpistas.
Chamamos os trabalhadores de Mauá a se agruparem em comitês de luta contra o golpe e a se mobilizar pela organização do Congresso do povo, fórum vital para a discussão e organização das lutas dos trabalhadores da região.