A especialidade em medicina familiar é responsável por resolver e prevenir a maior parte dos problemas de saúde da população, apontam diversos estudos na área. Com a saída dos médicos cubanos, as vagas de médicos de família vacaram no país inteiro e milhares de cidades vão ficar sem quem possa atender a população local. Os médicos brasileiros, que reclamavam que os cubanos estariam roubando lugares dos brasileiros, não querem ocupar esse espaço, principalmente por causa do “baixo” salário.
A medicina familiar, área na qual os cubanos são mundialmente conhecidos, atua na prevenção de patologias e no tratamento de mazelas comuns, sobretudo no que diz respeito a uma população mais carente e desprovida de infraestrutura básica e sem acesso a uma boa alimentação. Após a saída dos cubanos, o programa Mais Médicos, que se preocupava em levar médicos residentes na área da medicina familiar, ficou com 70% das vagas ociosas.
Durante os últimos 5 anos, as vagas aumentaram em 260%, atendendo município que nunca tinham tido posto de saúde, e chagavam até a ficar quilômetros de uma unidade do SUS. Com a empreitada do Golpe, somente 33% das vagas nessa especialidade foram preenchidas.
Nas universidades, uma porcentagem muito pequena dos discentes apresentam interesse, nem que seja secundário, em se formar e atuar na área. A causa disso é a disparidade salarial que existe entre as áreas em que um médico residente pode escolher. O resultado é uma comunidade médica pouco voltada para as necessidade reais da maior parte da população, que sem poder remediar e tratar de seus problemas na raiz, antes que se desenvolvam em algo mais sério, acabam tendo que tratar de uma doença muito mais séria, difícil de tratar e com custos muitos mais altos, que para a maior parte da população significa um problema gravíssimo que acaba não sendo tratado mas que poderia ter sido resolvido com simples visitas de rotina e cuidados básicos.
Com a destruição do sistema público de saúde e a saída dos cubanos, assim como a crise econômica que assola o país, a população brasileira terá condições de vida cada vez mais precárias e será mais difícil poder tratar problemas simples de saúde pública. O governo Bolsonaro, se for bem sucedido, matará nossa população de fome e por falta de atendimento médico.