Da redação – Nesta segunda-feira, dia 11, o assessor do Papa Francisco para Assuntos de Justiça e Paz, Juan Grabois, compareceu à Superintendência da Polícia Federal de Curitiba para entregar um rosário e uma mensagem direta do pontífice ao ex-presidente Lula, encarcerado de forma ilegal há 67 dias. O enviado foi barrado pelas autoridades do local, sob o pretexto de que ele não seria um líder religioso e, portanto, não poderia visitar um réu preso.
Na saída do edifício, o assessor denunciou o fato à imprensa, afirmando que veio “com muita esperança trazer uma mensagem ao ex-presidente Lula e, lamentavelmente, de maneira, para mim, um tanto inexplicável, os funcionários da Superintendência, aparentemente por uma ordem de cima, decidiram suspender os direitos de Lula e os meus de ter um encontro com o ex-presidente, porque não se poderia caracterizar um encontro religioso, [mas] pela doutrina católica, todos nós, batizados, somos discípulos e missionários”.
Ele acrescentou que está “muito preocupado com a situação, considerando que estamos diante de um claro caso de perseguição política, onde há uma deterioração da democracia no Brasil. Esta inexplicável negativa a permitir uma visita que estava programada de antemão é parte também de um processo de degradação das instituições não somente no Brasil, mas nos países da América Latina [e] Me surpreende que o argumento das autoridades tenham finalidade teológica, por eu não ser um sacerdote consagrado. Não sei se esses funcionários têm formação teológica, mas reforço que todos os batizados somos discípulos e missionários e temos uma missão a cumprir”.
Juan Grabois ainda disse que já visitou diversos presos em situações similares, em diversos locais, mas nunca se deparou com uma negativa dessa natureza. Apesar de tudo, ele concluiu “a Justiça virá”.