Na última sexta-feira (11), toda a esquerda foi surpreendida com a decisão da juíza, Débora Faitarone, da 1ª Vara do Júri da Justiça Estadual de São Paulo, ordenando a prisão preventiva do ex-vereador da cidade de Diadema pelo Partido dos Trabalhadores (PT) Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, e de seu filho Leandro Marinho, que reagiram as provocações de um coxinha que ameaçava o senador da República Lindberg Farias (PT-RJ) em frente ao Instituto Lula, justamente no dia do pedido de prisão do ex-presidente Lula. A juíza alega que a reação foi uma tentativa de homicídio.
A decisão em si já é absurda, pois fica claro que os dois militantes do PT não tiveram a intenção de matar e que foi apenas um acidente na expulsão do provocador coxinha.
Mas o que chama a atenção é como o judiciário golpista trata os casos da direita e da esquerda. A mesma juíza que pede a prisão com acusações absurdas, foi a que absolveu o PM Danilo Keity Matsuoka e outros cinco PMs de assassinato e fraude processual em outros dois casos de assassinatos, que resultou na morte de quatro pessoas, sendo dois adolescentes. Já são conhecidos.
Já, no entanto, em outros casos o Judiciário não tem a mesma defesa pela vida. É importante lembrar que no mês passado no Mato Grosso do Sul, a juíza Cristiane Aparecida Biberg de Oliveira, da 1ª Vara da Comarca de Caarapó, entendeu que o latifundiário Orlandino Carneiro Gonçalves, acusado de matar as tiros o Guarani Kaiowá Denílson, “não teve objetivo de matá-lo, apesar de ter confessado o disparo”. Detalhe é que o indígena foi assassinado com um tiro na cabeça.
Outro caso são dos policiais que massacraram os trabalhadores sem-terra em Pau d`Arco, onde Tribunal de Justiça do Pará mandou soltar os nove policiais acusados de terem planejado os assassinatos, falsidade ideológica, prática de homicídio consumado, homicídio tentado, tortura, associação criminosa e fraude processual. O mais importante é que somente foram presos novamente após dois policiais denunciarem, com medo de sofrerem “queima de arquivo”, o que ocorreu no dia do massacre.
São alguns exemplos de muitos casos, mas que revelam que o Poder mais reacionário do País, a justiça burguesa, tem lado. Existe para servir a classe dominante, os latifundiários e a burguesia, reprimindo e cometendo as maiores arbitrariedades jurídicas contra a população pobre e trabalhadora, e principalmente contra militantes de movimentos de esquerda e de luta por direitos.