Em 2014, o então presidente do PSB, Eduardo Campos, decidiu se lançar candidato a presidente da República. Tido até o ano anterior como um aliado do PT, Eduardo Campos se aproximou de figuras como Aécio Neves, Beto Richa e Geraldo Alckmin e foi um dos porta-vozes da campanha contra Dilma Rousseff. Sua candidatura, no entanto, não durou muito tempo.
No início da campanha eleitoral de 2014, Eduardo Campos faleceu em um acidente de avião. Pouco depois, foi anunciada, em seu lugar, Marina Silva, que havia sido recentemente abrigada no PSB por não ter conseguido registrar o partido que fundou.
Embora Eduardo Campos tenha falecido, sua imagem permaneceu sendo fortemente explorada pelos marqueteiros do PSB. Foi graças à imagem de Eduardo Campos e uma suposta “comoção” regional que Paulo Câmara foi eleito governador em Pernambuco nas eleições de 2014. Ex-secretário de Campos, Paulo Câmara foi a aposta do PSB para seguir com o legado do partido no Governo de Pernambuco. Não foi só Paulo Câmara quem se beneficiou da imagem de Eduardo Campos: naquele ano, Fernando Bezerra Coelho, também do PSB, foi eleito senador.
Mas por que Eduardo Campos teria sido tão influente nos resultados eleitorais em Pernambuco? O que, além de ter sido presidente nacional do PSB e ter morrido em um acidente aéreo, constava em seu currículo para que fosse um fator decisivo nas eleições de 2016?
Eduardo Campos foi também governador de Pernambuco durante dois mandatos, tendo sido eleito em 2006 e 2010. Neto de uma figura histórica PSB, Campos sempre tebe muito apoio dos setores mais poderosos de seu partido. Graças a uma aliança com o PT – que Eduardo Campos quebrou quando lhe foi conveniente, isto é, em 2012 e em 2014 -, o PSB pôde governar Pernambuco sem qualquer oposição real.
O desenvolvimento do Estado, impulsionado sobretudo política dos Governos Lula e Dilma Rousseff, era apresentado como um grande trunfo de Eduardo Campos. Tanto é que, entre 2012 e 2014, a imprensa burguesa costumava difundir uma espécie de mito, segundo o qual Eduardo Campos estaria transformando Pernambuco em um Estado super moderno, que logo se tornaria uma grande potência nacional. Passados alguns anos, vê-se a completa farsa.
O desemprego em Pernambuco vem crescendo, assim como em todo o Brasil. Os males trazidos pelo golpe assombram Pernambuco da mesma forma que os demais Estados. O programa “Pacto pela Vida”, que era o carro-chefe do PSB, se mostrou uma completa farsa, visto que o número de homicídios era adulterado e que a criminalidade não vem sendo reduzida.
Talvez uma das maiores evidências do charlatanismo de Eduardo Campos e do PSB sejam os BRTs, que são ônibus conhecidos como “metrô sob rodas”, uma vez que andam em faixa exclusiva e só param em estações específicas. Já fazem 4 anos que os BRTs foram inaugurados, mas, até hoje, apenas metade das obras foram concluídas.
Embora o sistema de BRT possa ser útil nas cidades, é evidente que o objetivo da implementação desses ônibus na Região Metropolitana do Recife não tinham como objetivo principal facilitar a vida da população, mas sim enriquecer as empreiteiras e os tubarões do transporte. Foram gastos milhões e milhões para a implementação dos BRTs, sendo grande parte em aspectos duvidosos.
Um dos maiores gastos da implementação dos BRTs foi a construção de um viaduto ue é paralelo a uma avenida. Ou seja, o não foi feito para dvitar um cruzamento, mas sim para “acompanhar” uma avenida, o que não faz o menor sentido. Mais bizarro ainda foi o orçamento prever a construção de uma estação de BRT nesse viaduto, o que implicaria na construção de um elevador e várias outros gastos absurdos.
Além de ter sido construído um viaduto de uso no mínimo estranho, no local onde deveria, de fato, ter sido construído um viaduto, foi construído um túnel. Obviamente, devido às condições da cidade, o túnel já alagou diversas vezes, obrigando o Estado a empreender ainda mais gastos. O mais grotesco de tudo foi o fato de que colocaram um semáforo em cima do túnel, sendo que o túnel havia sido criado justamente para evitar um cruzamento e facilitar o fluxo da avenida.
Outro escândalo envolvido na implementação de BRTs é o fato de que, embora esae sistema só funcione com terminais integrados a ele, a construção dos terminais foi a última das prioridades. Apenas em 2018 que foram concluídas as obras em dois terminais importantes.
O sistema de BRTs em Pernambuco é uma prova viva de porque o PSB tem tanto interesse em administrar o Estado de Pernambuco. E isso não tem nada a ver com a defesa dos interesses da população… Afinal, o sistema inteiro deveria ter sido implementado com o gasto de R$ 60 milhões, mas, mesmo sem estar concluído, já varreu R$ 350 milhões dos cofres públicos.