Em mais uma denúncia da ameaça do comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, na ocasião do julgamento do habeas corpus de Lula, Gilmar Mendes, um dos que votou a favor do recurso do ex-presidente, se manifestou contra a interferência das Forças Armadas no Supremo.
O magistrado pontuou as manifestações também de outros generais, inclusive da reserva, que se pronunciaram ainda mais explicitamente sobre a situação, dizendo que tudo isso “é extremamente preocupante e digno de todo o repúdio”.
Gilmar, assim como o ministro Marco Aurélio de Mello e Ricardo Lewandowski, explicitou o que outros membros da corte tem medo de falar, ou preferem omitir. O que houve, no caso do julgamento do HC de Lula, foi um verdadeiro golpe militar “virtual”, no qual o Exército ameaçou explicitamente o STF para mandar o ex-presidente para a cadeia.
De uma forma ou de outra, já estamos sob a tutela dos militares. Entre ameaças e cinismo de ocasião, eles já controlam o estado do Rio de Janeiro e se mostraram prontos para intervir com força na situação política, se assim se fizer necessário. Fiquemos bem atentos e tenhamos consciência de que a luta contra o golpe irá se chocar com este setor, mais hora ou menos hora, pois eles são o último recurso da burguesia.