Depois de seguidas ameaças, o presidente Donald Trump anunciou o rompimento pelos EUA do acordo nuclear firmado com o Irã em 2015, pelo seu antecessor, Barack Obama.
A decisão da Casa Branca está sendo vista com temor pelos seus aliados da Comunidade Européia – Inglaterra, França e Alemanha também são signatárias do acordo, além da China e da Rússia – uma vez que tende a acentuar a crise econômica na Europa por um lado, além de aumentar sobremaneira a crise política no Oriente Médio, que já encontra-se à beira da fervura.
Em seu discurso, Trump alegou que “Desde que o acordo foi alcançado, o orçamento militar do Irã cresceu quase 40% – enquanto sua economia está indo muito mal. Depois que as sanções foram levantadas, a ditadura usou seus novos recursos para construir seus mísseis seus mísseis com capacidade nuclear, apoiar o terrorismo e causar estragos em todo o Oriente Médio”.
Trocando em miúdos, o problema para o governo norte-americano é que o acordo teria permitido um desafogo para a economia iraniana, o que permitiu ao governo de Teerã, com o apoio da Rússia, agir de forma determinante na guerra da Síria, em defesa do governo Assad, e em outros países da região como no Líbano, onde o movimento também xiita Hezbollah acaba de ganhar as eleições parlamentares.
Independentemente da efetivação do rompimento unilateral do acordo por parte do governo Trump, o impasse é mais um elemento da crise do imperialismo mundial, em particular do norte-americano, além de ser uma demonstração da sua fragilidade (relativa) no tabuleiro da política mundial. Abre caminho também para as provocações israelenses e um conflito de grandes proporções no Oriente Médio.
Fica ainda um outro ensinamento de como funciona a política do imperialismo,como bem acentuou o governo iraniano sobre o rompimento do acordo: “ilegítima, ilegal e mina os acordos internacionais”. Se por algum motivo o rompimento houvesse partido de Teerã, isso seria um pretexto para os EUA promover todo tipo de retaliação contra o país descumpridor de acordos. Como parte dos “donos do mundo”, torna-se uma medida perfeitamente legal. Resta saber até quando. Pelos desdobramentos da crise no Oriente Médio, nuvens muito carregadas pairam sobre a cabeça do todo poderoso