Neste fim de uma semana ocorreu uma manifestação convocada anonimamente pelas redes sociais, se nenhum aparato, partido ou organização, uma manifestação espontânea que levou dezenas de milhares às ruas, ou pelo menos, é nisso que os golpistas querem que você acredite.
Vamos recapitular, começando agora pela história real e não um conto de fadas televisivo da rede Globo. Todos os grandes jornais da burguesia deram ampla publicidade a este movimento contra Bolsonaro. Sites apoiados pelo próprio PSDB, como é o caso do Portal Catraca Livre, impulsionaram a campanha.
O jornal Folha de S. Paulo publicou uma série de artigos relatando um escândalo envolvendo a ex-mulher de Jair Bolsonaro, a imprensa replicou com tudo que tinha às vésperas da manifestação declaração horrenda dada pelo vice do ex-capitão, general Hamilton Mourão atacando funcionários públicos e o 13º salário.
No dia do ato, a manifestação contra Bolsonaro foi estampada em todos os jornais burgueses, como aconteceu com os atos golpistas pelo impeachment em 2016.
A força da cobertura de imprensa teve um impacto avassalador na opinião pública. Do movimento participariam quase todos os grupos sociais, do PT à fascista Ana Amélia que defendeu chicotear os petistas, quase todos os meios de comunicação, da imprensa de esquerda, aos meios mais ligados ao imperialismo, como a revista The Economist ou a Rede Globo.
Agora resta saber, a direita fez tudo isso para ajudar Haddad? Ele é ainda cotado para ir ao segundo do turno contra Jair Bolsonaro, mas a situação pode mudar, a depender da virulência dos ataques que certamente virão.
A direita organizou uma mobilização para impedir setores da direita de votarem em Bolsonaro e agora buscará levar este voto para seu candidato preferencial, Geraldo Alckmin (PSDB).
Ela teve a ajuda da esquerda para isso. Resta saber se a manobra dos maestros golpistas será suficiente.