Às vésperas das eleições, a burguesia tem feito uma grande campanha de pânico e confusão para gerar a discórdia na mente dos eleitores menos politizados. Por um lado, estão falando que Bolsonaro pode ganhar no primeiro turno, que acontece ao mesmo tempo em que toda uma campanha de terrorismo em cima do candidato militar, uma campanha tão grande quanto a campanha contra a polarização que eles vêm realizando.
O imperialismo usa dois espantalhos para manipular com base no pânico de diversos setores sociais, Haddad e Bolsonaro. Uma hora, na pesquisa de simulação de segundo turno, ganha Bolsonaro, outra hora ganha Haddad. A campanha da burguesia é de que nenhum dos dois pode ganhar e portanto os setores que acreditam nessa conversa são facilmente manipuláveis com base na campanha de que tais candidatos não podem ser eleitos, ou se não o país vai para a desgraça e a “democracia” fica enfraquecida, dizem aqueles que deram o golpe estimulando a miséria e passando por cima de todos os direitos democráticos.
Além disso, ficam dando notícias que confundem o eleitorado, como a de que o segundo turno já está garantido, ao mesmo tempo que anunciam que as “eleições ainda estão abertas” para dizer que não há nada definido, e assim por diante. Enfim, a burguesia fica mexendo suas peças no tabuleiro de uma forma que a esquerda não possa perceber a jogada. Nesse sentido, a burguesia ainda joga melhor esse xadrez que o resto da população. São os mestres da manipulação política e da fraude, e dessa forma atuam para atingir seus interesses, manipulando até a própria esquerda, que fica ludibriada com a campanha da burguesia.
Tudo isso é uma forma de provocar pânico, confusão e dispersão para encobrir o que eles realmente querem fazer, que é colocar no governo, milagrosamente, um candidato mais alinhado com a política deles, que não tem voto. Como disse o Financial Times, esse candidato seria Alckmin, o Plano A, ou talvez mesmo um Ciro Gomes, o Plano B da burguesia. É importante dizer, entretanto, que a burguesia internacionalmente está em crise e existe a possibilidade deles não conseguirem atingir seus planos, como ficou claro com a vitória de Donald Trump no centro do imperialismo norte-americano.