Como um verdadeiro fascista, há tempos Jair Bolsonaro vem apoiando a perseguição, prisão e extradição de Cesare Battisti para a Itália.
A autorização do juiz golpista do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, para que a Polícia Federal prenda o ex-ativista italiano e o extradite para a Itália onde foi condenado à prisão perpétua, tomada ontem (13), não é mera coincidência.
Com a chegada ao poder da extrema-direita no Brasil, como um desenvolvimento natural do golpe de Estado que tirou a esquerda do governo, o regime se fecha. Bolsonaro tem aliados internacionais, todos da extrema-direita, e um de seus principais aliados é justamente o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini.
Diante da intensa crise política e econômica que tomou conta da Europa, sendo a Itália um dos países mais afetados, chegou ao poder um governo de extrema-direita, caracterizado principalmente por sua política anti-imigração.
Salvini, homem forte do governo descendente direto do fascismo de Mussolini, leva adiante a exigência de governos anteriores (como o do igualmente fascista Silvio Berlusconi) de extradição de Battisti.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro e Salvini já haviam expressado concordância ideológica, especialmente em relação à repressão a Battisti.
Na manhã de hoje, com a notícia da possível prisão de Battisti, Salvini demonstrou sua explícita posição fascista, em postagem no Twitter.
“Uma prisão perpétua curtindo a vida, nas praias do Brasil, diante das vítimas, me deixa irritado! Darei grande mérito ao presidente Jair Bolsonaro se ajudar a Itália a fazer justiça, ‘presenteando’ Battisti com um futuro na prisão da pátria.”
Bolsonaro prontamente respondeu: “Obrigado pela sua consideração, ministro do Interior da Itália. Que tudo seja normalizado brevemente no caso deste terrorista assassino defendido pelos companheiros de ideologia brasileiros! Conte conosco!”
Percebe-se que Bolsonaro não é apenas pau-mandado do imperialismo norte-americano. O tuíte dele foi em italiano, e nele demonstrou novamente sua subserviência às potências estrangeiras. Não basta bater continência para a bandeira e para um funcionário do governo dos EUA, Bolsonaro presta serviço também a seus parceiros fascistas italianos.
Com a crise do imperialismo e do capitalismo “democrático”, “liberal”, a extrema-direita e o fascismo ascende em vários lugares do mundo, como na própria Itália e no Brasil. Assim, governos de extrema-direita têm esboçado alianças internacionais.
Fato parecido envolvendo um regime de extrema-direita no Brasil e em um país imperialista ocorreu em 1936, quando Getúlio Vargas deportou a comunista alemã Olga Benário em um acordo com a Alemanha nazista de Adolf Hitler.
A extradição ocorreu por motivações puramente políticas, uma vez que Olga (companheira de Luís Carlos Prestes) foi presa por participar da insurreição de 1935 contra o regime de Vargas. Na época, a ditadura brasileira estava se aproximando do regime nazista e presenteou Adolf Hitler com o envio de Olga Benário para as masmorras da Gestapo, onde foi executada em 1942 em uma câmara de gás no campo de extermínio de Bernburg.
Os casos assombram pela semelhança e demonstram o caráter fascista de Bolsonaro e do atual governo italiano. Para que Battisti não tenha o mesmo destino de Olga Benário, a esquerda e o movimento popular brasileiro devem se mobilizar imediatamente contra a prisão e a extradição do ativista italiano, perseguido político da extrema-direita.