Se tívessemos que definir as eleições na história do Brasil em poucas palavras, nada melhor do que a afirmativa “cartas marcadas”.
Em geral, a burguesia sempre teve o propósito de apresentar as eleições como uma espécie de panacéia que vai curar todos os males do país, para ao final de cada período eleitoral promover mais e mais ataques ao conjunto da população explorada.
Passados dois ou quatro anos, o circo de horrores novamente se instala e aqueles mesmos politicos ou seus afins, que se elegeram sob a base de uma grande manipulação, voltam ao picadeiro com as mesmas promessas requentadas.
Mais como a burguesia detém o poder, particularmente os meios de comunicação, tem a capacidade de sempre se superar. E as atuais eleições sob o golpe de estado, é o exemplo de como a manipulação não tem limites.
A grande burguesia nacional associada ao imperialismo norte-americano colocou sob suas asas todo o Estado Nacional: Forças Armadas, Poderes da República, meios de comunicação, Polícia Federal, etc., etc., derrubou a presidenta Dilma em uma das farsas mais grotescas da nossa história, perseguiu o PT, condenou e depois prendeu seu principal dirigente em um processo hediodamente fraudulento, cassou a sua candidatura… enfim, transformou as eleições numa gigantesca fraude, para ao fim e ao cabo ver a eleição polarizada entre dois candidatos que não são o que almejava.
Como todo golpe sempre abre as portas para novos golpes, inciaram uma operação de esvaziamento das candidaturas de Bolsonaro e Haddad na expectativa de ver alavancado o seu candidato que dará prosseguimento à destruição do país.
Além de várias manobras que estão em curso, como o cancelamento de mais de 3 milhões de títulos de potenciais eleitores de Lula, a cartada central da manipulação é o ato programado para o próximo dia 29 em várias cidades do país intitulado “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, originado de um grupo no Facebook de mesmo nome e que recebeu bastante destaque da imprensa golpista.
Bolsonaro, o cão raivoso impulsionado pela Globo contra o PT e a esquerda, se transformou no espantalho das eleições. Além do fato de não ser uma figura do staff do golpe, é um elemento absolutamente repudiado pela esmagadora maioria da população brasileira e em particular pelas mulheres.
Em outras palavras, é um ato dos donos do golpe, do PSDB. Eles visam transofmrar o ato numa política de conciliação entre “coxinhas” e “mortadelas” e apontar o caminho da unidade em torno do verdadeiro instrumento de implementação do golpe. Não é por outro motivo, que figuras de proa da campanha pelo golpe, pelo impeachment de Dilma, pela condenação e prisão de Lula estão na linha de frente, como as “sumidades” abaixo.
Miguel Reale Júnior: figura de proa do PSDB, foi ministro da Justiça de FHC. Um dos artífices do impeachment de Dilma.
Sheherazade: jornalista do SBT e da Jovem Pan, se notabilizou pelos ataques contra o PT e a presidenta Dilma durante o processo de impeachment. Defendeu Bolsonaro diante do ataque feito à deputada do PT, Maria do Rosário, vinculando notícia falsa de sites da direita contra a Rosário.
Arnaldo Jabor: comentarista da Rede Globo tem como principal tarefa produzir textos contra a esquerda em geral e contra o PT e seus dirigentes. Defensor do golpe e da operação lava-jato.
Geraldo Alckmin: o candidato do golpe. É na prática o que Bolsonaro é em discurso. Membro da Opus Dei, ordem religiosa de extrema-direita ligada à ditatura fascista de Francisco Franco na Espanha.
Bill Cllinton: ex-presidente dos EUA. É o representante do imperialismo norte-americano. Impulsiona, junto com sua esposa e candidata derrotada nas últimas eleições os movimentos feministas de direita nos Estados Unidos.
Ana Amélia: candidata a vice na chapa de Alckmin. É conhecida na planilha de propinas da Odebrecht por “véia”. Apoiada pelos latifundiários do Rio Grande do Sul, apoiou os atentados contra a caravana de Lula naquele estado.
Globo: principal instrumento de propaganda do golpe de Estado no Brasil, com a operação lava-jato. Fez campanha sistemática pela condenação, prisão e banimento de Lula das eleições. É uma sucursal do imperialismo norte-americano no Brasil.