Em 24 de outubro de 1929 engendrava-se um dos episódios mais aterrorizantes da economia norte-americana. A Grande Depressão ou Crise de 1929 se estendeu até a Segunda Guerra Mundial, levando boa parte da economia mundial a uma crise sem precedentes. Justamente nesta data, a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior queda de sua história; sendo por isso, conhecida como: quinta-feira negra. Nesse ínterim, milhares de acionistas assistiram de camarote vultuosas somas de – capital fictício – volatilizar como um vidro de perfume quando aberto no deserto.
Como subproduto das próprias contradições da supervalorização do capital pelo mercado financeiro, os EUA deram início a uma grande recessão, resultando em desemprego massivo e severas quedas na produção industrial. Os efeitos da Grande Depressão ganharam o mundo inteiro; não só os EUA como também a Alemanha, Países Baixos, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e, especialmente, o Canadá, afundaram numa das maiores crises orgânicas do capital. Não obstante, a crise que se sucedera em países mais desenvolvidos, acabou por acelerar o processo de industrialização em países cujas – forças produtivas encontravam-se em um estádio menos desenvolvido, como o Brasil e a Argentina. No caso brasileiro a queda das exportações do café – que tinha como principal comprador os EUA – fomentaram o desenvolvimento da indústria, alavancando as forças produtivas que se encontravam concentradas no setor primário. Já a União Soviética, em razão de sua economia planificada saíra praticamente ilesa da crise; apresentando valores elevados de produtividade do trabalho e crescimento da indústria.
Com a superprodução da indústria norte-americana após a Primeira Guerra Mundial, o volume de capital atingiu grandes proporções; estimulando o investimento no mercado financeiro e, criando capital em cima de capital. Numa análise mais aprofundada da situação, encontramos a debilidade teórica dos principais apóstolos da burguesia como: Adam Smith (1723 – 1790) e David Ricardo (1772 – 1823), que ao serem utilizados como base da economia política, levaram o sistema capitalista à uma grande recessão. Karl Marx (1818 –1883) já havia apontado os erros dos teóricos burgueses – que foram incapazes de desenvolver a teoria do valor-trabalho de forma acabada; negando a historicidade das relações de produção e das próprias relações de troca da sociedade – recorrendo a tautologias sem fim. Em suma, a crise de 1929 demonstrou a profusa contradição da economia política capitalista; sobretudo a versão liberal.