Na semana passada, um card publicado nas redes sociais pela página do Diário Causa Operária causou enorme repercussão. Trata-se da defesa de uma posição antiga do Partido da Causa Operária contra a chamada “Lei da Ficha Limpa”. A posição causou polêmica com pessoas concordando e discordando.
A discussão veio bem a calhar, já que embora não se fale mais tanto na Ficha Limpa, ela nunca foi tão atual como nesse momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo ameaçado de prisão e consequentemente de não poder ser candidato mesmo sendo o primeiro colocado nas pesquisas com muitos pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
Desde quando a burguesia começou a discutir a Lei da Ficha Limpa, com apoio de setores da esquerda pequeno-burguesa como o PSOL, o PCO tem se colocado contra, explicando que se tratava de um golpe para retirar das eleições os inimigos políticos da direita, enquanto os partidos mais poderosos e portanto mais corruptos da burguesia, que dominam o Judiciário, não seriam afetados.
Em suma, a Lei da Ficha Limpa sempre foi uma manobra para possibilitar que o poder Judiciário e a polícia, duas das mais retrógradas instituições estatais, interviessem nas eleições, decidindo quem pode ou não ser candidato, quem pode ou não ser eleito, quem pode ou não governar. Seria retirado do povo o poder de escolher seus representantes e tudo ficaria nas mãos dos puros e angelicais juízes.
O que está acontecendo com Lula é a prova máxima do que alertou o PCO desde o início. Lula, líder popular e do maior partido de esquerda do País, está sendo ameaçado de prisão sem absolutamente nenhuma prova contra ele. Mas esse fato não importa, os juízes e desembargadores têm nas mãos o poder de decidir se Lula poderá ou não ser candidato. Caso isso aconteça – vale lembrar que as chances são grandes – a vontade da esmagadora maioria dos eleitores será simplesmente atropelada. Mais uma vez, a farsa da cruzada moral contra a corrupção serve para um golpe contra o povo.