Brumadinho: Vale assassina realizou explosões próximo à barragem no dia do seu rompimento

Cinco meses após o rompimento da Barragem da Mina do Córrego do Feijão em Brumadinho, começam a aparecer indícios de que a responsabilidade da Vale vai muito além das faltas de manutenção da Barragem e de instrumentos que garantissem a segurança dos funcionários e da comunidade como um todo.

Em si, essa responsabilidade já seria suficiente para estabelecer a culpabilidade criminosa da companhia na tragédia, mas, agora, trata-se de novos fatos que apontam no sentido de uma ação deliberda da companhia que teria levado ao rompimento da barragem.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislatativa de Minas Gerais, instalada para investigar a tragédia, dois funcionários da empresa declararam que no dia do rompimento a Vale havia executado a detonação de explosivos a cerca de 1 km da barragem.

Só depois que os depoimentos vieram à tona é que a Vale admitiu a detonação de explosivos, mas para encobrir o seu crime, alega que o fato ocorreu depois do rompimento da barragem e como medida de segurança. É muita hipocrisia. Segurança de quê? Para minorar ou deter o tsunami de 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos que arrasavam com a região? Existe, ainda, fotos que comprovam (confirmadas pelos depoimentos), da existência de placas no Córrego do Feijão colocados pela Vale informando que estavam previstas detonações entre 11h e 12 h, sendo que o rompimento ocorreu às 12:28 do mesmo dia 25 de janeiro.

Durante a mesma sessão que colheu os depoimentos dos dois funcionários, o deputado André Quintão (PT) denunciou que a Vale tinha laudos técnicos elaborados pela Tuv Sud, empresa contratada pela própria Vale, que recomendavam que não fosse feito detonação próximo à estrutura.

A Vale agiu de caso pensado. Assumiu o risco. Cometeu um crime de proporções hediondas. Desde pelo menos 2017 a empresa tinha relatórios técnicos que apontavam o risco de rompimento da barragem.

Os novos fatos sobre a tragédia de Brumadinho atestam a absoluta ação criminosa. São 246 pessoas mortas, 24 ainda desaparecidas, a destruição de comunidades inteiras, a morte do Rio Paraopeba, que destruiu com a vida de milhares de pessoas que viviam da agricultura e da pesca nas regiões ribeirinhas, a falta de água tratada, adoecimentos físicos por contaminação por metais pesados. Esses são apenas parte do resultado da sanha destruidora de uma empresa bilionária, que não mede esforços para atender os lucros dos seus acionistas.

Já muito foi falado sobre a privatização da Vale do Rio Doce, atual Vale. Vendida por 3,3 bilhões de reais, apenas 1% do seu valor real, provavelmente foi a operação mais escandalosa em toda a história.

A fim de minorar os profundos danos ambientais, a responsabilidade pela morte e desaparecimento de 300 pessoas e o adoecimento e miséria de outras milhares, só há uma saída, que é a estatização da Vale.

Não adianta querer condenar esse ou aquele funcionário por um crime que é de responsabilidade dos verdadeiros donos da Vale, que são os grandes monopólios escondidos por traz do mercado financeiro.

Por uma Vale estatizada e sob o controle dos trabalhadores como única forma de reparar esse e outros crimes como o de Mariana e colocar a empresa verdadeiramente a serviço do desenvolvimento do País e de sua população.

 

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