Nesta quarta-feira (7), o imperialismo realizou manobra para tentar impedir presidentes europeus de ir à Rússia para cerimônia de 80 anos da vitória do povo soviético sobre a Alemanha Nazista.
A Letônia e a Lituânia, países bálticos cujos governos estão a serviço do imperialismo, especialmente da União Europeia (UE), proibiram o avião de Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia, de sobrevoar seus respectivos espaços aéreos, para chegar ao território russo.
A proibição foi feita por meio de chantagens por parte da UE contra Vucic, de que sua participação nas comemorações do Dia da Vitória “complicaria” eventual ingresso da Sérvia na União Europeia. A nova manobra do imperialismo europeu contra Vucic também ocorre como parte da tentativa de golpe de Estado contra o presidente e o povo sérvio: desde novembro de 2024, o imperialismo tenta derrubar Vucic através de uma revolução colorida, que até então vem fracassando.
A tentativa golpista contra Vucic ocorre em razão de sua oposição à guerra de agressão contra a Rússia, e ao apoio da União Europeia à Ucrânia, bem como pelo fato de ele ser um representante do nacionalismo burguês de um país atrasado, a Sérvia. No caso específico do nacionalismo sérvio, ele representa uma ameaça ao imperialismo, pois é um fator que pode levar a uma unificação dos Bálcãs, o que prejudicaria a ditadura imperialista na região.
Ante às ações do imperialismo europeu, Vucic vem tentando se aproximar do novo governo dos EUA, do segundo mandato de Donald Trump, político que representa ala da burguesia norte-americana que vem sendo prejudicada pela estratégia política do setor principal do imperialismo. Recentemente, Vucic esteve nos EUA para se reunir com Trump e a cúpula governamental. Contudo, a reunião não ocorreu, pois o presidente sérvio foi acometido por problemas de saúde, tendo de retornar à Sérvia para ser atendido por médicos das forças armadas.
Aleksandar Vucic não foi o único mandatário de um país europeu atrasado a ser alvo de sabotagem do imperialismo em razão de sua participação no Dia da Vitória. O mesmo foi feito contra Robert Fico, primeiro-ministro da Eslováquia. Neste caso, Lituânia (novamente) e Polônia impediram o trânsito de sua aeronave por seus respectivos espaços aéreos: Fico se dirigia à Moscou, assim como Vucic.
Assim como o presidente da Sérvia, o presidente da Eslováquia também é próximo à Rússia, e se opõe à guerra na Ucrânia e todas as medidas decorrentes da guerra, especialmente a tentativa do imperialismo de impor gastos militares em favor da ditadura de Kiev, e as sanções contra o petróleo e gás russos, que resultou em grave crise econômica na Europa, que também atingiu a Sérvia e a Eslováquia.
Paralelamente a estas medidas diretas do imperialismo europeu, a Ucrânia também tenta sabotar as comemorações do dia da vitória. Conforme relatado pelo Ministério da Defesa da Federação Russa nesta quarta-feira (7), as Forças Armadas da Federação Russa abateram mais de 500 VANTs (drones) lançados pela Ucrânia contra o país no último dia.
Além disto, foram igualmente destruídos mísseis guiados de longo alcance Neptune e seis bombas aéreas guiadas de precisão JDAM.
Os ataques aéreos aumentaram antes do cessar-fogo declarado pelo presidente russo Vladimir Putin, que está programado para entrar em vigor da meia-noite de 7 e 8 de maio até a meia-noite de 10 e 11 de maio, conforme noticiado pela emissora Russia Today (RT). Sobre a intensificação dos ataques às vésperas das comemorações do Dia da Vitória, em que mandatários de inúmeros países estarão presente em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov denunciou que “o regime de Kiev continua a demonstrar sua essência, sua inclinação para ações terroristas”.
Dentre os mandatários que confirmaram sua participação no Dia da Vitória, na próxima sexta-feira (9), estão, além dos presidentes da Sérvia e da Eslováquia, os seguintes mandatários:
América Latina:
- Luiz Inácio Lula da Silva (Presidente do Brasil)
- Nicolás Maduro (Presidente da Venezuela)
- Miguel Díaz-Canel (Presidente de Cuba)
Ásia:
- Xi Jinping (Presidente da China)
- Mahmoud Abbas (Presidente da Palestina)
- To Lam (Secretário-Geral do Partido Comunista do Vietnã)
- Min Aung Hlaing (Primeiro-Ministro de Mianmar)
- Ukhnaagiin Khürelsükh (Presidente da Mongólia)
- Kassym-Jomart Tokayev (Presidente do Cazaquistão)
- Sadyr Japarov (Presidente do Quirguistão)
- Emomali Rahmon (Presidente do Tajiquistão)
- Serdar Berdimuhamedow (Presidente do Turcomenistão)
- Shavkat Mirziyoyev (Presidente do Uzbequistão)
Europa:
- Aleksandar Vučić (Presidente da Sérvia)
- Robert Fico (Primeiro-Ministro da Eslováquia)
- Alexander Lukashenko (Presidente de Belarus)
- Nikol Pashinyan (Primeiro-Ministro da Armênia)
- Ilham Aliyev (Presidente do Azerbaijão)
- Milorad Dodik (Presidente da República Srpska, Bósnia e Herzegovina)
África:
- Ibrahim Traoré (Presidente de Burkina Faso)
- Denis Sassou Nguesso (Presidente da República do Congo)
- Emmerson Mnangagwa (Presidente do Zimbábue)
Outros:
- Alan Gagloev (Presidente da Ossétia do Sul)
- Badra Gunba (Presidente da Abecásia)
Além disso, há expectativa de participação de delegações militares de países membros da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), como Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão.
A cerimônia comemora os 80 anos da vitória do povo soviético sobre o imperialismo alemão, que então apareceu sob a forma da Alemanha Nazista (Terceiro Reich). Os 80 anos da vitória russa sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial assume grande importância nesta conjuntura de ofensiva do imperialismo contra os países atrasados e povos oprimidos de todo o mundo. Particularmente na Europa, a Rússia vem lutando contra uma guerra de agressão do imperialismo, iniciada em 2022, mas que tem suas origens em 2014, quando o imperialismo (principalmente os EUA, mas também a UE) desferiram um golpe de Estado contra a Ucrânia, utilizando-se de milícias e agrupamentos nazistas que eventualmente foram incorporados ao regime de Kiev.
Naquele ano, a população do leste do país, em grande parte etnicamente russa, se insurgiu contra o golpe imperialista. Em razão disto, a ditadura nazista de Kiev de então desencadeou uma guerra contra o leste da Ucrânia, que eventualmente levou à escalada do conflito em 2022.