A derrubada da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), por meio de um golpe de Estado em 2016, mudou todo o conteúdo da política de proteção ambiental do país. O governo golpista de Michel Temer (MDB) levou adiante a venda dos parques nacionais e unidades de conservação ambiental e promoveu uma série de alterações nos órgãos de fiscalização do trabalho escravo e do meio ambiente, de forma a dificultar ou inviabilizar qualquer tipo de ação efetiva contra os escravistas, os tubarões do agronegócio e as empresas mineradoras. Como resultado dessa política, o desmatamento da floresta Amazônica disparou, bem como a permanente degradação da biodiversidade e dos ecossistemas nacionais.
O governo Jair Bolsonaro (PSL) aprofunda a política já iniciada pelo governo Michel Temer, de impedir a fiscalização sobre os latifundiários e as empresas mineradoras. Uma mudança do governo Bolsonaro é que o Ibama terá que avisar antecipadamente onde fará operações de combate ao desmatamento na região amazônica. Até então, as operações do Ibama eram mantidas em sigilo; agora, as ações serão publicadas antes das ações. A exploração dos territórios indígenas e unidades de conservação ambiental -sem nenhuma autorização – pelas empresas está liberada.
A publicação prévia de suas ações por parte do Ibama é uma forma de avisar os latifundiários e as empresas mineradoras para que não sejam multados e seus crimes descobertos. Além disso, na Agrishow em Ribeirão Preto, Bolsonaro propôs a aprovação uma lei de excludente de ilicitude no campo, para com isso permitir que os grupos de pistoleiros a serviço dos latifundiários tomem as terras indígenas e quilombolas e assassinem os sem-terra.