O futebol, no Brasil, é parte inseparável da cultura nacional. Talvez, por isso, seja grande alvo dos capitalistas. Há um ataque contínuo ao futebol nacional, não exatamente no sentido de torná-lo tecnicamente pior, mas de descolar este das massas.
Este descolamento das massas pode se dar de diversas formas: pela venda dos nossos jovens craques para o futebol estrangeiro, deixando os clubes nacionais órfãos dos grandes jogadores; a falta de organização e a corrupção endêmica de direções de clubes e federações; o aumento da disparidade financeira entre os clubes, o que leva a uma grande perda de competitividade; e a má gestão da seleção nacional.
Independentemente da justificativa ou da boa (ou má) fé por tŕás desta ofensiva contra a canarinho, a imprensa esportiva burguesa é pobre em reconhecer a influência do externo nos resultados dentro do campo. Ainda nos casos em que reconhece esta influência, limita-se a chavões despolitizados como “a CBF é corrupta” ou “tem que mudar a gestão toda”. Todavia, estes argumentos, por si só, servem de menos que nada, pois não atacam o problema central, que é a transformação do futebol nacional em um produto feito para o lucro de uma minoria.
A Copa de 2014 foi, na opinião de muitos, a melhor Copa do Mundo, a mais animada, a mais colorida. Isso mostra que nem a campanha traidora da burguesia e de alguns oportunistas – Guilherme Boulos, nós lembramos do seu “Não vai ter copa!” – conseguiu apagar a vontade do brasileiro de ver uma Copa na sua casa. Pelo contrário, os torcedores brasileiros mostraram que, aqui, é o país do futebol.
A goleada para Alemanha, foi explorada pela imprensa burguesa com dois objetivos. Primeiro, para abrir mercado para o futebol europeu e outros esportes nem um pouco populares no Brasil, como o futebol americano. Por último, para tornar a seleção brasileira, um símbolo nacional, uma chacota.
Agora, o canal SporTV, pertencente à golpista Globosat, retransmitirá o 7×1. O único intuito disso, neste momento, é conter qualquer tipo de paixão pelo que é brasileiro parte da população. No contexto da pandemia, isso significa canalizar a revolta da população com o governo fascista em um estado de apatia, de insignificância. Isto é, uma clara tentativa de reforçar o cego “fique em casa”, em um momento que todos começam a se dar conta que o isolamento não passou de uma farsa, “para inglês ver”.
Portanto, fica o chamamento a observar toda a retrospectiva, feita pela imprensa burguesa, do 7×1 e questionar o real motivo do que está sendo mostrado e como está sendo mostrado. Os mais atentos, notarão que nada é por acaso.