O ano de 2022 iniciou-se e as negociações entre os partidos estão a todo vapor para as eleições presidenciais que ocorrerão no final do ano. Em meio à formação de alianças entre partidos do centrão para a terceira via, do PSOL com setores da burguesia, destaca-se o fato de que o candidato mais popular das eleições, disparado na primeira colocação em todas as pesquisas, não tenha recebido um apoio oficial nem sequer dos que se consideram seus principais aliados.
Lula é o candidato dos trabalhadores, o único capaz de derrotar Bolsonaro, e há aqueles que consideram de maneira ilusória que o petista inclusive já ganhou as eleições. No entanto, mesmo em um terreno tão favorável, toda a esquerda, com exceção do PCO, decidiu não fazer nenhuma movimentação em apoio a Lula.
Dentro do próprio PT não existe um consenso sobre a chapa que irá ser lançada em 2022, tendo a ala direita do partido se disposto a até mesmo se juntar aos golpistas contra o interesse de toda sua base. Ainda não se anunciou oficialmente a candidatura de Lula. No entanto, mesmo com as tentativas de se aliar a partidos como PSB, PCdoB, PSOL, entre outros, que já participaram de governos anteriores do PT, nada foi definido.
O que há na realidade é uma grande crise. O natural seria ver partidos oportunistas buscarem garantir apoio a Lula visando cargos em ministérios e muito mais, porém o que há na prática é um verdadeiro boicote ao candidato dos trabalhadores e um serviço prestado, como nos casos de partidos como o PSOL, ao principal setor da burguesia e do imperialismo, que visa anular a candidatura de Lula e garantir a vitória do golpe.
O único partido que declarou apoio a Lula é o PCO. Ainda no dia 17 de agosto de 2020, quando em um debate com os presidentes de todos os principais partidos da esquerda, Rui Costa Pimenta convocou todos a se juntarem em torno de Lula como única capaz de derrotar o golpe ─ que é a principal luta da esquerda desde 2016.
A grande razão disso deve-se ao fato de que o PCO não busca cargos no governo, sequer estará na coligação petista e se propõe a colocar-se em posição oportunista. A defesa do PCO de Lula é uma defesa incondicional, como o próprio termo afirma: sem impor quaisquer condições, qualquer vantagem individual a ser adquirida. O motivo é o fato de que a defesa do PCO é uma defesa de princípios.
Para o PCO a defesa da candidatura de Lula vai além de simplesmente apoiar um candidato que poderá derrotar Bolsonaro ou que tem um programa de esquerda. Na realidade, o principal ganho visado pelo partido é o fato de que Lula, por ser um candidato que representa uma grande parcela da classe trabalhadora, representa ao mesmo tempo a candidatura da luta contra o golpe.
Com Lula estão milhões de trabalhadores, pessoas que entrarão em movimento, se mobilizarão na defesa de Lula e de seu eventual governo, confrontando o regime golpista e o imperialismo. Esta questão é fundamental para o avanço da consciência de classe, como também para a vitória contra o golpe e por um governo próprio da classe operária.