Após a prisão do ex-presidente Lula, que é o único candidato à Presidência da República capaz de derrotar a direita nas eleições deste ano, setores abutres da esquerda nacional vêm, sistematicamente, propondo nomes para substituir o líder petista. Um dos principais nomes, por mais absurdo que pareça, é o de Ciro Gomes, ex-membro do PDS, partido herdeiro da ARENA – partido da ditadura militar – e do PSDB – partido que levou Fernando Henrique Cardoso à Presidência e que integra a ala mais reacionária do bloco golpista.
Embora Ciro Gomes tenha feito vários discursos contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o pedetista não participou da luta contra o golpe efetivamente. Em várias entrevistas, Ciro Gomes dizia defender o ex-presidente Lula. No entanto, conforme o tempo foi passando, foi ficando claro que Ciro Gomes queria o maior líder popular do país na cadeia.
Recentemente, Ciro Gomes também se mostrou um defensor da Reforma da Previdência. Segundo o abutre, a reforma seria “necessária” e que precisaria ser debatida junto à população. Isto é, Ciro Gomes defende a mesma a política de Temer, sendo que “com jeitinho”.
O que a esquerda precisa não é de alguém que explique porque os trabalhadores serão massacrados, mas sim de uma direção que coloque uma perspectiva de luta contra os golpistas. Por isso, ao invés de levar a sério os discursos dos carreiristas que não dão a mínima importância para os interesses dos trabalhadores, é necessários que todos os setores oprimidos pelo golpe se organizem em comitês de luta contra o golpe, intensificando a mobilização rumo ao enfrentamento com a direita.