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Bolsonaro diz que vai “fuzilar” a esquerda: é preciso organizar a luta contra o golpe e os fascistas

“Ao ignorar a natureza específica do fascismo, a vontade de lutar contra ele inevitavelmente será paralizada”
(Leon Trotsky, in Fascismo: que é e como lutar contra ele)

Jair Bolsonaro, um confesso terrorista de farda, que planejou explodir bombas em quarteis e até explodir a Adutora do Guandu, a fim de cortar o abastecimento de água na Cidade do Rio de Janeiro, não cansa de dar sinais, faz anos, de seu caráter fascista. Diferente do que diz a Folha de São Paulo, não se trata de mera verborragia, mas de um individuo doente e decidido a arregimentar, por meio do medo e do ódio, disseminado via propaganda e boatos, um verdadeiro exercito de alucinados como ele.

Depois de dezenas de performances, devidamente calculadas, de preconceito contra mulheres, homossexuais, indígenas, negros, e a esquerda em geral, o capitão expulso da Escola de Oficiais do Exército, foi alçado à condição de Füher* para uma multidão de desesperados e envenenados com o ódio à política e com a falta de expectativas diante da crise que o partido do Capitão ajudou a criar e alimentar.

Ameaças de estupro, incitação à violência, perseguição, racismo, somadas com o que parece ignorância extrema (mas que pode ser apenas má fé dissimulada), tornam Bolsonaro um personagem a que as esquerdas não podem ignorar, nem subestimar. Não por ele mesmo, mas por causa do que pessoas como ele, idiotas morais com ganas por poder, podem produzir diante de crises e do vazio deixado na arena política.

A ultima do terrorista foi, na capital do Acre, Rio Branco, no dia 1º de setembro, durante campanha no estado. Com um tripé, o candidato fascista simulou segurar uma metralhadora e afirmou: “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá. Só que lá não tem nem mortadela. Vão ter que comer capim mesmo”. Obviamente, como tem feito sempre, a assessoria afirma ter sido apenas uma ‘brincadeira’.

Fascistas sempre existiram e não desaparecerão tão cedo se não nos mobilizarmos e os combatermos diuturna e incansavelmente. Bolsonaro é apenas mais um, mas um que cresceu e se alimentou do Golpe e da crise que os golpistas construíram antes de efetuarem o impeachment e que alimentaram abundantemente durante o desgoverno Temer. O desemprego, a violência que vem sendo alimentada de várias maneiras – e amplificada nas manchetes da imprensa golpista, uma intervenção militar fajuta para forjar uma supercrise de segurança, o corte em políticas sociais, o fim da correção do salario mínimo acima da inflação, o fim dos direitos trabalhistas, o aumento dos combustíveis e do gás de cozinha, o aumento da energia elétrica, o aumento da violência no campo, e o sistema de Justiça e a Imprensa criando uma narrativa de falência total do sistema político, criminalizando-a ao extremo (com direito a delações selecionadas e vazadas, provas inventadas, prisões e grampos ilegais), tudo para ajudar a fixar a imagem de um país à beira do caos. Esse é o ambiente em que fascistas se criam e no qual alimentam odiadores de todo tipo.

Muito já se disse, mas é importante repetir: com fascistas não se discute, a eles se combate. A intolerância não é, por isso mesmo, algo para se discutir, mas para se combater. Não se deve tolerar, por nenhum minuto, a intolerância. Bolsonaro não era alguém que deveria estar disputando uma eleição presidencial com todas as facilidades dadas pelo regime golpista para propagar as ideias reacionárias da burguesia que ele representa, mas alguém que deveria estar sendo combatido, com as armas possíveis, para evitar que fascistas menores, mais covardes, se animem e sintam-se seguros para andar de cabeça erguida pelas ruas e possam produzir violência de tal nível que torne-se incontrolável.

Nesse contexto, está claro que Bolsonaro é apenas um sintoma, uma espécie de pústula num corpo doente, com sarampo ou catapora, por exemplo. Ele sinaliza o mal que a doença pode causar, levando inclusive à morte. É a parte mais visível e feia da doença. O combate dá-se contra a doença, mas sem descuidar do sintoma que pode tornar a vida do doente ainda mais insuportável e o corpo tão debilitado que acelere sua decadência e morte. A doença que temos que combater ainda é o Golpe, os fascistas são perigosos, exatamente porque aproveitam-se de toda e qualquer crise, como a criada pelo golpe, e dissimulam serem efeito/sintoma da crise para apresentarem-se como solução para ela, arregimentando apoio do cidadão sem esperança e desiludido, do sofrimento, do medo que eles mesmos ajudam a disseminar.

A história já mostrou, muitas e muitas vezes, o quão perniciosos são os fascistas, e temos registrado o saldo do mal que fizeram quando ascenderam ao poder. O aumento da violência e as mortes produzidas pelo próprio estado fascista são a parte mais visível da política de ódio contra o diferente, contra os pobres e  contra aqueles que não se iludiram e que lutaram e lutam contra os canalhas fascistas. O fascismo no poder implica aumento da violência e a instalação de um Estado de Exceção.

O único caminho é organizar a luta, contra o Golpe e contra o fascismo. Organizar a luta exige compreender o sentido do(s) golpe(s) e o lugar do fascismo a cada momento, para impedi-lo de instalar-se e crescer. É uma tarefa para ontem, e permanente, porque o fascismo – como o golpe mesmo – tem um objetivo muito especifico que é o de impedir que a classe trabalhadora chegue ao poder ou, quando esta lá conseguir se aproximar, seja expulsa rápida e violentamente. Bolsonaro não brinca ao expressar sua vontade de metralhar a esquerda.

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* palavra alemã que significa líder, guia, mestre, e que ficou conhecida mundialmente pelo uso que os nazistas dela faziam para exaltar o supremo comandante nazista, Adolf Hitler.

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